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Testes de Covid-19 de jogadores do Bahia são feitos pelo SUS

O caso foi descoberto após jogadores da equipe receberem exames processados no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Estado), gerido pelo governo estadual e que não presta serviços a laboratórios de análises clínicas privados

Redação Jornal de Brasília

31/07/2020 14h09

Bahia x São Paulo – Copa do Brasil 2019. Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

João Pedro Pitombo
Salvador, BA

Exames de Covid-19 de jogadores de futebol do Bahia, contratados pelo clube junto a um laboratório particular, foram processados por um laboratório público com recursos do SUS (Sistema Único de Saúde).

O caso foi descoberto após jogadores da equipe receberem exames processados no Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública do Estado), gerido pelo governo estadual e que não presta serviços a laboratórios de análises clínicas privados.

Os exames, coletados pelo laboratório Nossa Senhora de Fátima, com sede no município de Candeias (50 km de Salvador), deveriam na verdade ter sido processados por um laboratório privado com sede em Minas Gerais.

Além de ter clientes privados, o Nossa Senhora de Fátima presta serviços para o Instituto 2 de Julho, organização social que gere uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) no bairro de Roma, em Salvador, contratada pela prefeitura da capital baiana.

Após coletar as amostras, o laboratório registrou os exames dos jogadores do Esporte Clube Bahia como se tivessem sido feitos na UPA de Salvador. Com isso, eles foram encaminhados para o laboratório público.

O sócio do Nossa Senhora de Fátima, Felipe Siqueira, disse à reportagem que os exames do Bahia foram cadastrados como se fossem da UPA após um erro de um funcionário e que não houve má-fé.

“Em 30 anos de atuação no mercado, nunca tivemos um problema como esse. Não ganhei nada com isso, só dor de cabeça”, afirmou Siqueira.

O Esporte Clube Bahia contratou o laboratório para a realização de total de 30 exames, pelos quais pagaria R$ 6.300. Com a descoberta, o pagamento foi suspenso.

O presidente do clube, Guilherme Bellintani, lamentou o episódio e criticou o laboratório. “É lastimável que algumas pessoas insistam em tirar vantagens em um momento como este do país”.
Em nota enviada à imprensa, o Instituto 2 de Julho informou que rompeu o contrato que tinha com o laboratório.

“Nossa organização social terceiriza os serviços do laboratório Nossa Senhora de Fátima, empresa que também foi contratada para prestar serviços privados ao clube de futebol. Lamentavelmente, ela fez uso ilícito de senha compartilhada do Instituto 2 de Julho”, disse a organização social.

A entidade ainda afirmou que preza pela ética e que irá reparar possíveis danos ao Lacen. O governo da Bahia, por meio da Procuradoria-Geral do Estado, informou que irá apurar o caso e tomar providências para garantir o ressarcimento ao erário e a responsabilização de quem tenha agido em desconformidade com a lei.

“Os fatos estão sob apuração, mas, até aqui, tudo o que se levantou indica que o Estado foi vítima de um grupo mal-intencionado, do qual não integra nenhum servidor público”, informou o procurador Ruy Sérgio Deiró da Paixão.

As informações são da FolhaPress

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