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Real Madrid culpa chefe da federação por ofensas racistas; Vini Jr. publica vídeos com ataques

Em repúdio ao episódio de racismo, a direção do Real mirou o presidente da federação, apesar das críticas diretas de Vini Jr. a Javier Tebas

Redação Jornal de Brasília

22/05/2023 16h19

Foto: Reprodução

Após acionar a Procuradoria-Geral da Espanha, a direção do Real Madrid veio a público nesta segunda-feira para criticar os ataques racistas reiterados que Vinicius Júnior vem sofrendo no futebol espanhol e culpar o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, pela repetição das ofensas. O clube alega que a falta de punição estimulou os ataques. O brasileiro, por sua vez, publicou vídeo com um compilado de atos racistas do qual foi vítima nos últimos meses.

“Estamos surpresos com as declarações do presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, porque sendo o maior responsável do futebol espanhol e da área de arbitragem, permitiu que não fossem tomadas medidas contundentes, de acordo com os protocolos da Fifa, para evitar a situação a que se chega A imagem do nosso futebol está seriamente danificada e deteriorada aos olhos de todo o mundo”, disse o Real Madrid.

Os protocolos da Fifa, citados pelo próprio presidente da entidade, Gianni Infantino, nesta segunda, preveem a suspensão temporária da partida, o que chegou a acontecer por cerca de 10 minutos no domingo, e o encerramento antecipado do jogo, caso as manifestações racistas prossigam, que foi o que aconteceu no domingo, na derrota do Real para o Valência por 1 a 0, no estádio Mestalla.

Em repúdio ao episódio de racismo, a direção do Real mirou o presidente da federação, apesar das críticas diretas de Vini Jr. a Javier Tebas, presidente da LaLiga, a entidade que organiza o Campeonato Espanhol.

“Através da sua passividade (Luis Rubiales), tem contribuído para a impotência e a indefesa do nosso jogador Vinícius. Os árbitros, longe de agir com firmeza e aplicar os protocolos regulamentares, optaram na maioria dos casos por se inibir e evitar tomar as decisões de que são incumbidos. Ainda ontem, o árbitro e os responsáveis pelo VAR fugiram das respectivas responsabilidades e tomaram decisões injustas e apoiadas em imagens incompletas, que não foram vistas na íntegra, tendenciosas e que levaram à exibição do cartão vermelho direto ao nosso jogador Vinícius Júnior”, registrou o clube.

A direção do Real disse que o caso não foi isolado e pediu providências à federação. “Por todas estas razões, estamos muito preocupados que nenhuma medida tenha sido tomada pela Real Federação Espanhola de Futebol durante todo este tempo, apesar dos evidentes e repetidos sinais de alarme que o nosso clube tem vindo a denunciar.”

No início do dia, o presidente do clube, Florentino Pérez, se reuniu com Vinicius Junior para falar das ações que o Real estava tomando em repúdio aos ataques racistas de domingo. O dirigente apresentou denúncia à Procuradoria-Geral da Espanha alegando que “os ataques constituem um crime de ódio”. O clube exige que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades.

Nesta segunda, o atacante brasileiro publicou longo vídeo em suas redes sociais em que apresenta uma espécie de compilado de diversos momentos em que foi alvo de ataques racistas por parte de torcedores, dentro e fora dos estádios da Espanha.

Com legendas em espanhol e em inglês, o vídeo apresenta casos desde setembro de 2022, atravessando as principais cidades da Espanha, como Barcelona, Mallorca, Valencia e na própria Madri, onde torcedores do rival Atlético penduraram um boneco com o seu nome, em uma ponte, simulando enforcamento.

Por fim, o vídeo publicado nas redes sociais do jogador brasileiro apresenta a seguinte mensagem: “Racismo é crime, não punir é ser cúmplice”.

Estadão conteúdo

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