Jéssica Antunes
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Um homem entrou no Estádio Nacional Mané Garricha com uma camiseta de protesto contra o presidente em exercício Michel Temer na partida de futebol olímpico feminino entre Canadá e Alemanha na tarde desta terça-feira (9). O servidor público de 54 anos desenhou uma forca nas costas da roupa que, completa, formava a expressão “Fora Temer”. Ele driblou a proibição, mas foi abordado na arquibancada.
Jéssica Antunes
O protesto não durou muito. Dentro da arena esportiva, o homem e sua esposa foram abordados por pelo menos cinco guardas e policiais militares. A dupla teve de entregar uma camiseta e um cartaz, feito atrás de uma bandeira de papel canadense, produzido já no interior do Mané Garrincha.
“A liberdade de expressão é legítima e prevista na constituição, mas o presidente em exercício justifica que é o COI (Comitê Olímpico Internacional) quem proíbe. O COI não pode ser maior que nossa Carta Magna. É como dizer que eles mandam no Brasil”, criticou a esposa do servidor, que preferiu não se identificar.
A organização olímpica não tolera protestos políticos e religiosos no interior dos locais de competição. Essa proibição já foi considerada legal pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2014, quando a corte analisou um recurso sobre a Lei da Copa. No entanto, a Lei da Olimpíada, de maio deste ano, determina a restrição.
Na segunda-feira (8), uma liminar da Justiça Federal determinou o fim da repressão às manifestações políticas nos Jogos Olímpicos. O Comitê Rio 2016 chegou anunciar que recorreria da decisão. Apesar disso, a orientação recebida pelos voluntários era de não permitir as manifestações, mesmo que pacíficas.
Na estreia da seleção brasileira de futebol masculino, um grupo de torcedores também conseguiu escapar da vistoria do acesso externo e, da arquibancada, abriu um cartaz contrário ao presidente em exercício.
