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Marquinhos e Thiago Silva têm conexão que vai além do campo

Consolidados como dupla há quatro anos, Marquinhos e Thiago Silva chegam à Copa do Mundo do Qatar com uma parceria consolidada que vai muito além das quatro linhas

FolhaPress

28/11/2022 9h12

Foto: Divulgação/Pedro Martins

Gabriel Carneiro, Igor Siquera, Danilo Lavieri e Pedro Lopes
Doha, Qatar

A escalação da seleção brasileira pode mudar por decisão de Tite em todos os setores, mas nunca na zaga. Consolidados como dupla há quatro anos, Marquinhos e Thiago Silva chegam à Copa do Mundo do Qatar com uma parceria consolidada que vai muito além das quatro linhas.


“Parece que os dois são uma pessoa só e um completa o outro. A deficiência de um é o ápice do outro”, diz ao UOL Esporte o pai de Marquinhos, Marcos Barros Corrêa.


O tema familiar une Marquinhos e Thiago Silva por causa de um segredo contado pela mãe do zagueiro do PSG, Alina. Assim que o clube francês contratou Marquinhos em 2013, Thiago Silva já era titular e referência da equipe. Aí a mãe do novato procurou o veterano do time para dizer que seu filho era fã dele desde a infância. A diferença de idade entre ambos é de dez anos.


Além desta inconfidência, a mãe de Marquinhos foi além e disse que o filho usou Thiago Silva de exemplo quando enfrentou desconfianças por ser um zagueiro baixinho. Alguma coisa na linha: “se o Thiago Silva está entre os zagueiros mais tops do mundo com essa altura, por que eu não posso?”. Marquinhos mede 1,83m e Thiago Silva, 1,81m.


A parceria no PSG durou de 2013 a 2020, quando Thiago Silva foi para o Chelsea. Mas na seleção começou em 2013 e continua até agora, há quatro anos como dupla titular e incontestável. Fora de campo, apesar da distância entre Paris e Londres, a amizade continua.


“O Thiago é como se fosse um irmão mais velho do Marquinhos, a conexão deles juntos é inacreditável”, conta Luan Aoás Corrêa, o irmão mais velho original do zagueiro do PSG.


No início da carreira, Marquinhos tentava copiar movimentos corporais e comportamentos com e sem bola de Thiago Silva, em treinos e jogos. O estilo de jogo de Marquinhos foi moldado por querer ser parecido com o futuro companheiro de zaga, jogando sempre de cabeça erguida, compensando a baixa estatura com impulsão e posicionamento, além de saída de bola suave, boa capacidade para lançamentos longos, um contra um firme e sendo um líder dos companheiros da linha defensiva.


“Eles são muito diferentes de personalidade. O Marquinhos é reservado e o Thiago mais expansivo. Mas as características de jogo são semelhantes e acho que é porque os conselhos do Thiago sempre foram bem-vindos para o Marquinhos. Quando eu vejo que eles vão ser titulares na seleção eu fico até mais calmo”, diz Luan.


Basta observar os jogos da seleção: tanto Marquinhos, quanto Thiago Silva estão sempre gritando, orientando e gesticulando o movimento dos laterais. E também são difíceis de bater: atuaram lado a lado em 28 dos 50 jogos do Brasil desde 2018, com 22 vitórias, cinco empates e somente uma derrota. Foram só 13 gols sofridos nos jogos como dupla.


Ofensivamente, também chamam atenção: Marquinhos tem cinco gols e Thiago Silva um gol no ciclo para a Copa do Qatar, sendo quase todos de cabeça em jogadas de bola aérea -a única exceção é um gol de pé esquerdo de Marquinhos contra a Venezuela, em junho de 2021, na Copa América. Marquinhos também soma duas assistências no ciclo, uma prova do poder de fogo da zaga da seleção.


A seleção enfrenta a Suíça nesta segunda-feira, às 13h (de Brasília) e o lateral-direito Danilo não vai jogar porque está lesionado. Éder Militão -que na zaga não tem espaço- deverá ser o titular da lateral direita. Com mudanças no sistema defensivo, é importante ter uma base sólida. Marquinhos e Thiago Silva são garantia disso.

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