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Torcida

Fred desencanta, Fluminense derruba o invicto Vasco e iguala rival na tabela

Com 2 a 1, os rivais agora estão empatados na tabela de classificação, ambos com 10 pontos

Redação Jornal de Brasília

30/08/2020 9h07

Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC

O relógio marcava 31 minutos do segundo tempo do clássico no Maracanã quando o sistema de som lançou: “o Fred vem aí e o bicho vai pegar”. Ídolo da torcida, o atacante precisou de apenas quatro minutos em campo para honrar a música eternizada pela torcida, desencantar na temporada e ajudar o Fluminense a derrubar a invencibilidade do Vasco no Brasileirão. Com 2 a 1, os rivais agora estão empatados na tabela de classificação, ambos com 10 pontos.

Fred vinha devendo nesse seu retorno ao Fluminense. Muitas faltas, cartões (também levou diante do Vasco), contusões e nada de sua marca registrada: os gols. O primeiro saiu neste sábado e foi comemorado como título. Triunfo e subida na tabela. Há tempos que o Tricolor não brigava pelo G-4 nacional. Vai dormir em 4.°.

Fred desencantou, mas o que chamou muita atenção no clássico foi o grande desempenho defensivo do Flu. Levou um gol no fim, é bem verdade, mas o paredão atrás, com o pequenino e incansável Dodi à frente dos zagueiros, pode garantir bons frutos à equipe.

O Vasco chegou ao jogo apontado como favorito por ser segundo colocado e estar invicto no Brasileirão, mesmo ainda sem vencer clássicos no ano (três derrotas, a última justamente diante do Fluminense). O Tricolor, por sua vez, queria igualar a pontuação do rival e amenizar o atual retrospecto diante do cruzmaltino. A vitória no Carioca foi a única nos últimos dez duelos, sendo outros três empates e seis derrotas. Marcas que prometiam apimentar o clássico.

Disposto a igualar a pontuação do rival na classificação, o time tricolor saiu como um rolo compressor à frente. Bastante movimentação dos meias, apoio dos laterais Calegari e Egídio e vantagem no placar rápida.

Após trama entre Nenê e Egídio pela esquerda, a bola sobrou para o lateral servir Dodi. O volante que se destaca por ser um cão de guarda na marcação soltou a bomba, sem chances para Fernando Miguel. Dia de artilheiro ao pequeno gigante Tricolor.

Vantagem no marcador e superioridade em campo. O Flu seguiu em cima e quase ampliou com Nenê. Chute colocado raspando a trave e “uh” no sistema de som que servia de incentivo extra.

O Vasco, atordoado e surpreso com um início tão avassalador do oponente, custou a se organizar, a colocar a cabeça no lugar. Tentou esfriar o ânimo do Flu administrando a posse e investindo na bola parada.

O artilheiro Cano teve rara chance de empate aos 18, após um cruzamento, mas não conseguiu finalizar como imaginava e o goleiro Marcos Felipe ficou fácil com a bola. Deitou e a segurou com firmeza.

O que mais incomodou o jovem goleiro do Fluminense na etapa inicial, na verdade, não foram meias ou atacantes vascaínos. Foi um cisco que o médico sofreu para tirar de seu olho e custou alguns minutos de bola rolando.

A etapa foi do Fluminense, e a derrota parcial por 1 a 0 até saiu barata ao Vasco. Aos 32, Fernando Miguel salvou o time após espalmar errado para o meio da área. Evanilson girou forte e o goleiro fez milagre de redenção no lance. Gol que um atacante não pode perder.

Calegari também podia ajudar na ampliação do placar. Mas teve decisão equivocada ao optar por finalizar quando servir um companheiro na área seria o mais correto.

O experiente lateral/meia Yago Picachu deixou o campo espumando de raiva com apresentação vascaína. Assumiu que sua equipe foi amplamente dominada, sobretudo no meio-campo, e que tinha de mudar completamente a postura para colher algo positivo no clássico.

Todos queriam saber o que Ramón Menezes faria em seu primeiro jogo saindo atrás do marcador nesse Brasileirão. Ele não ficou de braços cruzados e lançou o meia Juninho na vaga de Parede. Peça nova e nada de mudança na postura. Chutes de longe e nada de perigo.

Se a intensidade foi a marca registrada da etapa inicial, o segundo ficou bem burocrático por mais da metade do tempo. Toque para cá, para lá, um Cano isolado no ataque, chances raras e o Fluminense dando aula de marcação.

Nova série de mudanças, enfim mais gols, e a etapa até então modorrenta ganhou minutos finais elétricos. Odair Helmann colheu frutos com suas substituições. Ganso, na vaga de um cansado Nenê, passou e Fred, o substituto de Edenilson, soltou a bomba para ampliar para 2 a 0, aos 35. Fechou a conta?

Nada disso. Bruno César, a aposta de Ramón na reta final do clássico, bateu forte, Marcos Felipe, até então pouco exigido, soltou nos pés de Talles Magno, que descontou aos 40. O resultado estava indefinido,mas prevaleceu a defesa de quem mais mereceu triunfar.

Com a derrota, o Vasco deixou escapar a oportunidade de seguir na cola de líder Internacional e acabou com o sonho em assumir o primeiro lugar. Agora, mesmo que vença o jogo que tem a menos (diante do Palmeiras, fora de casa), não alcança os gaúchos.

FICHA TÉCNICA

FLUMINENSE 2 X 1 VASCO

FLUMINENSE – Marcos Felipe; Calegari (Igor Julião), Nino, Luccas Claro e Egídio; Yuri Lima (Hudson), Dodi, Michel Araújo e Nenê (Paulo Henrique Ganso); Evanilson (Fred) e Marcos Paulo (Wellington Silva). Técnico: Odair Helmann.

VASCO – Fernando Miguel; Yago Picachu, Ricardo, Leandro Castán e Henrique; Fellipe Bastos (Bruno César), Carlinhos (Gabriel Pec), Benítez e Guilherme Parede (Juninho); Talles Magno e Cano (Ribamar). Técnico: Ramón Menezes.

GOLS – Dodi, aos 2 minutos do primeiro tempo; Fred aos 35 e Talles Magno aos 40 do segundo.

ÁRBITRO – Bráulio da Silva Machado (SC).

CARTÕES AMARELOS – Iury Lima, Fred, Igor Julião e Wellington Silva (Fluminense) e Fellipe Bastos (Vasco).

CARTÃO VERMELHO: Talles Magno (Vasco).

RENDA E PÚBLICO – Jogo disputado com portões fechados.

LOCAL – Maracanã, no Rio.

Estadão Conteúdo

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