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Copa do Mundo: data e local diferente, mas com os favoritos de sempre

Thiago Henrique de Morais

18/11/2022 10h20

Copa do Mundo

David GANNON / AFP

Pela primeira vez na história, a Copa do Mundo será realizada no fim do ano. Muito em virtude do clima do país-sede, o Catar, que durante os tradicionais meses de junho e julho conta com altas temperaturas. Após diversas polêmicas e embates com as federações – principalmente a europeia -, o Mundial acontece a partir deste domingo e vai até o dia 18 de dezembro. Mas uma coisa é certa: os favoritos continuam os mesmos.

Em busca do hexacampeonato, o Brasil chega ao Catar com banca de super-favorito. Nas Eliminatórias, fez a melhor campanha da história, com 14 vitórias e três empates, sofrendo apenas cinco gols em todos os jogos. Com uma defesa sólida, ainda conta com um bom ataque. Não à toa, Tite levou nada menos do que nove jogadores de frente, o que pode atormentar os seus rivais durante o Mundial.

A Argentina, que passou por uma forte turbulência na edição de 2018, também chega com pinta de candidata. O time de Lionel Messi não perde há incríveis 36 jogos, sendo a última derrota para o Brasil, na Copa América de 2019. A tendencia é que, ao menos, iguale a série da Itália, de 37 partidas sem perder, até porque a sua estreia será contra a fraca Arábia Saudita.

Um dos fatores negativos de Brasil e Argentina é justamente a falta de amistosos competitivos. A não ser quando se enfrentam ou pegam rivais como o Uruguai, a maioria de seus embates são contra países fora da Europa, o que dificulta uma análise mais concreta sobre os atuais números. Assim, somente com o decorrer do Mundial é que será possível chegar a um denominador comum sobre essas candidaturas.

Por outro lado, os europeus usaram de seus torneios internos para ampliar a competitividade. Graças à Liga das Nações, é possível ver as principais potências sofrendo durante os seus jogos de Data Fifa. Exemplo da atual campeã França, que ficou nas últimas colocações, perdendo para a Dinamarca e Croácia neste ano. Situação parecida com a Alemanha e da Inglaterra, que passaram vergonha na competição pré-Copa.

Ainda assim, não é possível descartar tais países como candidatos ao Mundial. A França, por sinal, pode ter como rival a própria Argentina nas oitavas de final – repetindo o que ocorreu em 2018, na Rússia. Por outro lado, Alemanha e Inglaterra terão chaves fáceis, que pode colocá-las nas quartas de finais sem maiores problemas, assim como os próprios espanhóis, campeões em 2010.

Quais serão os coadjuavantes na Copa?

De todas as campeãs do Mundo de 1930 para cá, somente o Uruguai não chega com pinta de candidato ao título. Em um grupo extremamente equilibrado, terá de suar sangue contra Portugal, Gana e Coreia do Sul para garantir-se na próxima fase. E mais: caso queira evitar o Brasil logo nas oitavas, precisa ficar com a primeira colocação – levando em consideração que o escrete canarinho também fique com a primeira posição.

Portugueses e holandeses também almejam voos maiores neste mundial. Os lusitanos chegam para um Copa do Mundo com vários jovens e a sua grande estrela em decadência: Cristiano Ronaldo, que amarga o banco de reserva no Manchester United. O país ainda sonha com o seu título Mundial ou, pelo menos, repetir os feitos de 1966 e 2006, quando chegou às semifinais.

A Holanda, que já chegou a três finais de Copa do Mundo (1974, 1978 e 2010), pode ter uma vida fácil até às quartas de final. Está em um grupo fraco, no qual deve sobrar. Nas oitavas, salvo se pegar a Inglaterra, não deve ter dificuldades. O problema maior pode vir nas quartas, quando pode enfrentar argentinos, dinamarqueses ou franceses.

Até meados de outubro, muito se falava que Senegal poderia ser uma grande surpresa nesta Copa do Mundo. Os africanos nunca chegaram a uma semifinal de Mundial e almejam tal posto. Contudo, a lesão de Sadio Mané pegou todos de surpresa. O jogador é o principal nome do país e, sem ele, essa ambição pode ficar de lado. O corte dele foi anunciado no fim da tarde de ontem pela confederação do país.

Copa do Mundo terá maratona de jogos por dia

Devido a Copa do Mundo ser no fim do ano, o Mundial terá um número menor de dias em relação as edições anteriores. Por conta disso, com exceção dos dois primeiros dias, haverá quatro jogos por dia. De 1996 para cá, isso só acontecia nas rodadas finais, para evitar combinações de resultados.

Assim, entre a próxima terça-feira até o dia 28, serão quatro jogos por dia: às 7h; 10h, 13h e 16h. Na última rodada da primeira fase e nas fases de mata-mata, os jogos passam a ser às 12h e 16h (sempre no horário de Brasília).

A Copa dos protestos e polêmicas

Em dezembro de 2010, quando Joseph Blatter, então presidente da Fifa, abriu o envelope mostrando que o Catar seria o país-sede da Copa do Mundo de 2022, muitos questionaram decisão do colegiado da Fifa. Afinal, o evento aconteceria em um país cujo regime político e religioso era muito rigoroso. Sem contar todo o clima do país. Tal triunfo fez com que a entidade máxima do futebol mudasse todo o seu cronograma, jogando o Mundial para o fim no ano pela primeira vez na história. Era o início de várias e várias polêmicas.

Desde então, choveram denúncias de corrupção para uma vitória dos catares, de mão de obra escrava e de diversos boicotes por parte de algumas seleções, como Noruega – que acabou não se classificando para a Copa do Mundo – e mais recentemente da Dinamarca, no qual foi proibido de usar artefatos em seu uniforme mostrando o descontentamento com a edição deste ano. Apesar de todas essas questões, o Mundial irá começar neste domingo, às 13h (horário de Brasília) no duelo entre Catar e Equador.

Os donos da casa farão a sua primeira participação em um Mundial. Desde que começaram a disputar as repescagens, em 1978, sua melhor classificação nas eliminatórias foi em 1990, quando ficaram na terceira colocação, atrás de Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos. Naquela época, a Ásia ainda não possuía o direito de uma vaga pela repescagem, o que impediu o país de continuar na disputa. Nas edições seguintes, amargou a eliminação na fase final, sendo a da Copa da Rússia a pior de suas campanhas.

Como não bastassem as polêmicas dos anfitriões, o rival do Catar será o Equador. O país chegou a ser alvo de uma ação na Fifa devido a uma suposta adulteração nos documentos do lateral-direito Bryon Castillo. A entidade, entretanto, entendeu que não houve fraude e manteve os equatorianos no Mundial, frustrando os planos do Chile de ficar com a vaga. Outro ponto é que, inicialmente, a partida aconteceria na segunda-feira, às 13h, mas a Fifa acabou antecipando o jogo para domingo, para evitar que outras seleções que não a do país-sede fizesse o jogo inicial – inicialmente previsto entre Holanda e Senegal.

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