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Fala, Torcida
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O hexa vem?

O Brasil é um dos principais candidatos ao título da Copa do Mundo deste ano. Mas será mesmo que o hexa vem em 2022?

Thiago Henrique de Morais

18/11/2022 5h00

O hexa vem

Lucas Figueiredo/CBF

A partir da próxima quinta-feira, às 16h, contra a Sérvia, o Brasil continua a sua saga pelo hexacampeonato. Desde que foi campeã pela última vez, em 2002, a equipe canarinha tenta abrir uma vantagem sobre os seus principais concorrentes e se manter isolado como o país que mais venceu mundiais. E por mais que tentasse, viu a vantagem cair para Itália e Alemanha, ambas com quatro Copas do Mundo.

Curiosamente, nas quatro edições anteriores, o Brasil chegou como um forte candidato em pelo menos três delas. Em 2006, para muitos, a seleção brasileira tinha o seu melhor elenco em anos. Superior até aquela de 1982. Tanto que nem o mais pessimista brasileiro acreditava que o Brasil fosse perder aquela Copa do Mundo na Alemanha. Ainda mais com Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Adriano entre os titulares. Sem nos esquecermos de Robinho, que também era um dos protagonistas daquele elenco durante o ciclo para aquele mundial. Mas no meio do caminho tinha a própria CBF. O otimismo exacerbado, o oba-oba criado pela entidade, com treinos abertos e muita animosidade, fez com que o time caísse nas quartas de final, diante da França. O vexame ficou ainda maior quando, anos depois, Zidane disse que jogou aquela partida machucado. Uma amarga derrota.

Na África do Sul, em 2010, a história era outra. O time não chegava com um favoritismo, apesar de ter sobrado nas Eliminatórias Sul-Americanas. Sob o comando de Dunga, o time foi pouco eficiente, fez partidas bem abaixo da média e voltou a cair nas quartas de final, com uma baita ajuda do descompensado Felipe Melo, expulso no segundo tempo, de forma infantil. Já eram oito anos longe da taça. Muito, se imaginar que entre 1994 a 2002, o Brasil havia chegado a três finais. Mas era apenas o princípio do drama.

Em 2014, no Brasil, a expectativa era de pôr fim ao Maracanazo ocorrido 64 anos antes, quando perdeu o título para o Uruguai, de virada, na partida derradeira da Copa de 1950. O clima no país, sem dúvida, era um dos melhores. O otimismo era altíssimo. Mas precisou combinar toda essa expectativa e o favoritismo com os rivais. Sofreu para vencer a Croácia na estreia, empatou contra o México e chegou a receber vaias no duelo contra Camarões, em Brasília – apesar do 4 a 1 ao fim do jogo. Nas oitavas e quartas de final, passou nos pênaltis contra o Chile e venceu a Colômbia. Nesse último jogo, ainda perdeu Neymar. O resto a gente já sabe: o maior fracasso da rica história da seleção brasileira, na derrota por 7 a 1 para a Alemanha. Em Brasília, contra a Holanda, voltou a ser goleado, desta vez por 3 a 0, na disputa do terceiro lugar.

Na Rússia, em 2018, o Brasil chegou, de novo, com pinta de favorito. Possuia um dos times mais empolgantes em anos, o que animava o torcedor. O ingresso de Tite, em 2016, recuperando a moral da equipe nas Eliminatórias, fez com que o torcedor acreditasse que o hexa viria. Mas não foi bem assim. Durante a Copa do Mundo, tudo o que presenciamos nos jogos prévios não aconteceu. Vários jogadores sentiram o peso da camisa. Gabriel Jesus, um dos artilheiros da Era Tite entre 2016 e 2018, não fez um gol sequer na Rússia. O futebol apresentado foi longe de ser empolgante. Sofremos contra a Suíça, só fizemos dois gols contra a fraca Costa Rica nos acréscimos. Jogamos mal contra Sérvia e México, mas chegamos às quartas de final. E, curiosamente no melhor jogo do Brasil naquele mundial, acabamos derrotados por 2 a 1 para a Bélgica. Isso que deu fazer piadas com a geração belga…

Agora, em 2022, o Brasil chega novamente como um dos favoritos para a Copa do Mundo. Ao seu lado, há o fato de não haver tantos jogadores importantes lesionados. Diferentemente de 2014 e 2018, Neymar chega sem problemas físicos para o Mundial, o que pode ser um alento. Os seus rivais, por sua vez, sofrem, e muito, com perdas de jogadores importantes – ainda que não protagonistas. Parece que tudo conspira a favor do Brasil, que a seca da 20 anos sem título mundial chegue ao fim.
Contudo, tenho minhas dúvidas que o hexa vem. Não sei se por conta das expectativas criadas nos mundiais anteriores ou pelo simples fato de o Brasil, poucas vezes, ter chegado como favorito e vencido a Copa.

É fato que essa seleção brasileira é, sim, muito forte. Possui vários jogadores jovens e promissores. Mas, em uma Copa do Mundo, a camisa pode pesar. E, de novo, isso por acabar frustrando os planos de uma taça. Vejo essa seleção mais preparada para 2026 do que para essa. E se isso acontecer, repetiremos a sina dos 24 anos sem um título mundial, assim como ocorrera entre 1970 a 1994. E para quem gosta de coincidências, o título veio justamente na América do Norte, onde acontecerá a próxima Copa. A resposta se venceremos ou não nós saberemos daqui a um mês, no dia 18 de dezembro, data da final da Copa.

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