Gabriel Carneiro, Danielo Lavieri, Pedro Lopes e Rodrigo Mattos
São Paulo, SP
É o fim de mais um sonho para Neymar. Aos 30 anos, o jogador chegou ao Qatar tendo a certeza que essa seria a sua melhor Copa do Mundo da carreira. Depois de frustrações em 2014 e em 2018, ele termina 2022 com mais um trauma após a eliminação diante da Croácia, novamente nas quartas de final, assim como foi contra a Bélgica na Rússia, há quatro anos.
E esse, com requintes de crueldade, terminou em choro antes de deixar o gramado. Ele fez um golaço que parecia ser o da vitória na prorrogação, quando já estava claramente cansado, mas viu sua equipe sofrer o empate nos minutos finais do 2º tempo da prorrogação. A eliminação nos pênaltis veio em seguida e ele nem chegou a cobrar.
O gol foi brilhante, mas foi pouco para o que se esperava dele. Pela terceira vez seguida, ficou abaixo de apresentar o desempenho de um jogador que chegou a competir com Messi e Cristiano Ronaldo pela Bola de Ouro. Ele colocava todas as fichas nesse Mundial para chegar nesse patamar, já que, no próximo, aos 34 anos, sua forma física é uma incógnita.
Era também nesse time que ele via os talentos necessários no restante do elenco para dividir a pressão que já o incomodou por tanto tempo que chegou a declarar que não sabia o que ia ser do seu futuro, tamanho peso que sentia por ser o 10 de um país que agora vai completar 24 anos sem ganhar uma Copa.
A aposta para este era que o bom início de temporada europeia o faria brilhar nos gramados de Doha, mas uma lesão logo na estreia já colocou um ponto de interrogação nesses planos. Foram 24 horas de apreensão e choro, mas alívio pelo corte não ser necessário.
Na recuperação física, ele fez o que pôde. Dormiu fazendo tratamento, treinou com um proteção especial para dar mais estabilidade ao tornozelo e jogou mesmo sem estar 100%. Mas em uma Copa marcada pelo desempenho físico, ele só conseguiu brilhar mesmo na hora de bater o pênalti. Quando não teve piedade do goleiro da Coreia do Sul, mas foi muito pouco.
Nitidamente abaixo do seu melhor estado físico por causa da lesão no tornozelo direito que o afastou de duas rodadas, o jogador do PSG foi para o sacrifício, mas não apresentou o que se espera de um atleta que passou a carreira buscando ser o melhor do mundo.
No jogo de hoje, o camisa 10 não esteve no seu auge. Buscou, caiu pelos lados, apareceu no meio, chutou e tentou ir para cima da retranca croata, mas não teve sucesso. No primeiro tempo, acertou duas vezes o alvo, mas as duas sem força suficiente.
No segundo tempo, chegou a ter as bolas que seriam a do jogo, mas desperdiçou. Quando parecia que a bola já não entraria mais, ele driblou o goleiro e fez um golaço. Mas mesmo com o 1 a 0, o time conseguiu tomar um contra-ataque e ver a decisão ir para os pênaltis.
Em 2026, Neymar chegará ao Mundial com uma bagagem pesada de lembranças negativas. Uma lesão grave em 2014 que o tirou da competição, um desempenho que virou meme pelas simulações em 2018 e um 2022 apagado que o deixa longe dos melhores da competição.