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Torcida

COI inventa moda; CONMEBOL contra a pirataria

Redação Jornal de Brasília

13/01/2020 13h34

Olavo David Neto e Petronilo Oliveira
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A primeira coluna do novo ano traz considerações sobre a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de proibir qualquer manifestação política por parte de atletas nas Olimpíadas de Tóquio; análises de elenco de Bragantino (ou só Red Bull?) e Brasiliense e um pouco da nova estratégia da CONMEBOL para evitar transmissões “piratas” em seus torneios. Feliz 2020!, apesar de parecer que nada mudou…

Olimpíadas

Na marca de exatos 200 dias para a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão, o Comitê Olímpico Internacional (COI) divulgou nota na qual afirma que não permitirá manifestações políticas por parte de atletas no evento. Circulada na quinta-feira (9), a medida vem em meio às tensões geradas pela ação norte-americana no Oriente Médio e à declaração de guerra por parte do Irã. O comitê alegou, num claro distanciamento da realidade, que, com tais demonstrações, “a dignidade da competição estará destruída para todos os atletas.” Simplesmente patético.

Está nos livros

O esporte é palco para tudo: de manifestações cômicas e amenas às reivindicações de cunho político. Retirar o caráter social de uma competição é mantê-la numa bola de ignorância. É ver o navio afundar e permanecer na melodia. Onde estava o COI, por exemplo, quando os EUA boicotaram a Olimpíada de Moscou, em 1988? Tentam, cada vez mais, tirar dos esportes uma das características mais marcantes: a representatividade. Como a favela ganha notoriedade com os milhares de jogadores de futebol a brilhar nos campos brasileiros, indivíduos afetados por conflitos utilizam esta plataforma para se fazerem ouvir.

Quem são vocês?!

Atitudes como a da última quinta, apesar de tomadas por uma Comissão de Atletas do comitê, mostram que gestores de grandes eventos e esportes se arrogam donos das competições ou das modalidades que dirigem. Guardam no bolso a chave e se têm como proprietários da casa. Nada. São funcionários, servem ao esporte, e não ao contrário. Se querem disputa assépticas, que o façam em suas casas, em seus países. Para um comitê que sequer com o nazismo se importou, lá na década de 1930, e levou o maior evento esportivo do planeta para debaixo da asa de Hitler, o COI se mostra muito “isentão”.

Bolso aberto

Os leitores mais assíduos bem sabem a opinião da Entrelinhas sobre o Red Bull/Bragantino, por isso deixaremos as críticas de lado. Vocês viram o quanto eles já gastaram neste início de ano? Somados os gastos dos quatro grandes paulistas, ainda não supera o dinheiro investido pelo mais novo time de Bragança. Só na parte da frente, o Rei Artur, ex-Ceará e Palmeiras, foi contratado por R$ 25 milhões; quanto a Alerrandro, cria do Galo mineiro, a negociação não teve valores revelados, mas, segundo o TransferMarket, o atleta custava cerca de R$ 8 milhões em 27 de novembro, dois dias antes do Atlético confirmar a venda do atacante. Só aí já seriam R$ 33 milhões, mais um elenco recheado de jovens valores.

Candanguinhos

Neste fim de semana, os dois representantes do Distrito Federal na Copa São Paulo de Futebol Júnior foram eliminados. O Real Brasília, após duas vitórias e uma derrota, classificou-se no grupo 21 atrás do Grêmio/RS. No domingo, caiu frente à Chapecoense pelo placar mínimo. O Gama foi vice no grupo, mas do Athletico/PR, e deu adeus à Copinha no sábado. Contra o Tupi, o alviverde perdeu, nos pênaltis, após empate em 1 a 1 no tempo normal. Campanhas heroicas, se levada em consideração a incipiência do futebol de base no DF.

Elenco fechado?

O goleiro Elisson foi a última contratação do Brasiliense para o Candangão. Entretanto, há um dilema no clube. São 35 atletas no grupo. Há quem concorde que o grupo está inchado e ache plausível negociar ou emprestar alguns jogadores que não sejam do agrado do técnico Mauro Fernandes. Porém essa corrente é o lado fraco da força. Exatamente porque, segundo informações obtidas pelo Entrelinhas, o dono do clube não quer se “desfazer” de nenhum jogador.

Pode ser um tiro no pé

Cobrindo futebol há muito tempo, cremos que manter um elenco muito inchado não é muito certo. Isso porque os que não ficam nem no banco de reservas, de uma maneira geral, ficam insatisfeitos, treinam mal e acabam fazendo a panelinha dos revoltados e isso pode contaminar o ambiente.

Caça aos Piratas

A empresa Irdeto, com experiência em segurança digital, firmou uma parceria com a CONMEBOL e vai rastrear e punir (tirar do ar) todos os meios de transmissão não oficiais comandados pela entidade sul-americana. Não estamos aqui defendendo a pirataria. Mas é um absurdo você ter que pagar caro pra ter uma TV a cabo com o canal da emissora que vier a fazer acordo com a CONMEBOL. É como no Brasileirão e estaduais. Nem contratando o serviço de alguma TV a cabo é suficiente para ter certeza que você vai ver o jogo do seu time de coração. Para isso, além de assinar com a TV a cabo, tem que pagar o pay per view. Isso porque o Brasil é o país do futebol. Será mesmo? Cada vez mais não cremos nisso. Futebol, assim como em todos os outros esportes, é paixão de quem tem dinheiro.

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