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Torcida

Carioca no Mané ajudaria para “entediados em casa”

Vinda do torneio para Brasília vai depender de protocolos de segurança definidos, diz consórcio

Pedro Marra

01/05/2020 7h23

A vinda de jogos do Campeonato Carioca para o Mané Garrincha pode realmente ocorrer em maio, como especulou o presidente Jair Bolsonaro nesta semana, e o governador do DF, Ibaneis Rocha, disse “estar em conversas”. Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, o consórcio que administra o estádio, Arena BSB, pretende adotar protocolos de segurança.

É o que afirma o presidente da empresa, Richard Dubois. Para ele, as partidas são uma forma de entreter quem está entediado em casa. “A gente entende que o jogo de futebol com portões fechados ajuda no isolamento social para quem estiver entediado de ficar em casa. Temos que desenhar os protocolos de operação nesse novo ambiente de coronavírus. A gente faz o caminho da sensatez que é lidar com os problemas. Só pode entrar em campo o jogador que fez um teste rápido [para a covid-19], assim para comissão técnica, arbitragem e repórteres com alguma medida preventiva de medição da temperatura corporal. Quem testar positivo, não entra, por exemplo. Então você sabe que a aquela população que está no estádio não está contaminada e não tem risco. O problema não é o contato social entre as pessoas, é o contato entre uma pessoa contaminada e outra que não está. Se a gente conseguir garantir que as pessoas não estão doentes, não há problema no contato social para que possa haver a atividade esportiva normalmente”, afirma Dubois.

Vale dizer que para o torneio vir para a capital federal, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, precisa autorizar junto a liberação junto das autoridades estaduais de saúde e a Federação de Futebol do RJ (Ferj). Mesmo assim, o futebol no Brasil ainda não tem previsão de volta. Clubes cortam salários de jogadores, mas ainda nem sequer voltaram a treinar. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) aguarda a orientação dos órgãos de saúde responsáveis para voltar com segurança.

“Quem testar positivo, não entra”

Outro ponto de preocupação é se as pessoas envolvidas com o jogo iriam ter contato com o hospital de campanha que está sendo construído na parte interna do estádio, com previsão de conclusão das obras para o próximo domingo, com chegada dos leitos na segunda-feira (4), assim como a implantação do protocolo de fluxo para as equipes médicas.

“Quando a gente cedeu a área, já identificamos uma parte que não tinha contato direito com a parte esportiva e poderíamos explorar no estádio. A minha sala está em cima do hospital e estamos muito tranquilos pois o sistema de ar condicionado é diferente, não tem nenhum risco de contaminação ou de sobreposição de encontro de fluxo”, pondera o presidente do Arena BSB.

Vale lembrar que o hospital deve receber pacientes que receberam alta em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), mas ainda estão em recuperação do novo coronavírus e não podem retornar para casa. O espaço irá funcionar no primeiro andar do estádio, em uma área de quase 6 mil metros quadrados.

“Apoio das forças de segurança”

Richard também levanta a atenção para possíveis aglomerações de torcedores ao redor do estádio em dias de jogos. “Vamos contar primeiro com a mídia para divulgar que é portão fechado, e com o apoio das forças de segurança que farão uma eventual dispersão dessas aglomerações. O governador [Ibaneis] entende que tomada as devidas precauções, é possível fazer um jogo. Primeiro, temos que entender se há interesse dos clubes do Rio virem jogar. E tenho conversado com clubes de vários esportes, basquete e vôlei, por exemplo. Uma vez apresentado o protocolo aos órgãos de saúde para realizar o jogo, criamos um procedimento para que o esporte possa voltar aos poucos”, esclarece.

Sobre o Candangão também retomar as partidas, o presidente do Arena BSB deixou a possibilidade em aberto. “A hora que a gente tiver o protocolo estabelecido e testado, gostaria do Candangão voltando à ativa. A decisão de retomar obviamente é do presidente da FFDF, Daniel Vasconcelos, com quem tenho debatido muito sobre esse assunto. É uma solução que permite a retomada sem o risco de contágio e sem prejuízo econômico ao público”, declara Dubois.

Procurado, o GDF enviou a seguinte nota: “o Governo do Distrito Federal informa que ainda está em negociação sobre o assunto“. A Ferj também foi procurada pela reportagem, mas não retornou o contato. O espaço está aberto.

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