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Futebol

Aos poucos, Jogos Olímpicos encantam brasileiros e turistas que estão no Rio de Janeiro

Arquivo Geral

08/08/2016 7h00

Fernando Frazão/Agência Brasil

Paulo Gusmão e Roberto Wagner
Enviados especiais ao Rio de Janeiro

O primeiro final de semana olímpico em terras brasileiras foi marcado por lágrimas, suor, filas e a sensação de que o país sabe realmente fazer uma festa.

A apreensão diante da cerimônia de abertura durou até a voz de Luis Melodia entrar com “Aquarela do Brasil”. Afinal, apostar na qualidade da música brasileira como forma de quebrar o gelo foi uma tática mais do que acertada. Embora o ensaio promovido pela atriz e apresentadora Regina Casé meia hora antes da cerimônia começar a transmissão para o todo o mundo causasse uma certo constrangimento quando ela pediu que as quase 70 mil pessoas presentes no Maracanã imitassem bichos, inclusive macacos. Mas o mico ficou no susto.

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Não deu para Erika Miranda, a judoca de CeilIândia. Após empate no tempo normal, ela perdeu para a tricampeã mundial Misato Nakamura, do Japão, na prorrogação da disputa de bronze.

Na sua luta por medalhas hoje, Erika foi derrotada pela chinesa Yingman Ma, por um waza-ari, após bater a tunisiana Hela Ayar. Na repescagem, Erika aplicou novo ippon, dessa vez na romena Andressa Chtu.

As lágrimas foram de tristeza diante de derrotas como as vivenciadas pelo judô brasileiro, dono de tantas glórias e sério candidato a passar em branco em casa. As de dor foram vistas em cenas já candidatadas a uma das mais fortes dos jogos, o ginasta francês que sofreu uma fratura exposta ao fazer sua apresentação no salto sobre o cavalo. As de alegria foram não só dos já agraciados com medalhas como também dos que arrancaram vitórias heroicas, caso das meninas do handebol nacional que bateram de virada as fortes norueguesas.

FIVB

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Aliás, as mulheres estão dando show até agora. As meninas do vôlei, tanto de praia quanto de quadra, atropelaram adversárias. As ginastas se classificaram para a final por equipes e o futebol de Marta e Cia encantou e nos fez lembrar de como gostávamos do esporte antes de um determinado jogo contra a Alemanha.

O mesmo, infelizmente não se pode dizer, pelos menos por entanto, dos nossos atletas. No vôlei masculino de quadra passamos sufoco com o pouco tradicional México. No basquete, apesar do ensaio de virada histórica, acabamos tropeçando da Lituânia. E no futebol…

Elogios e encantamento

Esporte à parte, uma medalha de ouro já pode ser entregue ao público nacional e internacional. Apesar de ainda haver ingressos à venda para determinadas modalidades, a presença de torcida nas nove arenas do Parque Olímpico, assim como nas outras praças montadas para os Jogos, é digna de elogios. Afinal, quem se importa se no Brasil não se tem o costume acompanhar esgrima? Pouco pesa jamais ter comparecido a um evento de tênis de mesa. E que tal ver de perto um rúgbi de sete? Vale tudo!

REUTERS/Kai Pfaffenbach

REUTERS/Kai Pfaffenbach

O transporte público, por exemplo, é um belo termômetro para medir a forma como brasileiros e turistas estão curtindo a Olimpíada “a la Brasil”, como gosta de definir o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach. O sorriso está estampado no rosto de cada um, mesmo que uma fila de quase uma hora o impeça de curtir um pouco mais na arena – problema esse corrigido a cada dia, com mais planejamento dos torcedores e maior eficiência no sistema de revista por parte dos organizadores.

O humor muda um pouco quando a missão é matar a fome ou a sede. Os preços estão espantando até mesmo quem tem como moeda mãe o dólar ou euro. Uma água, por exemplo, sai a R$ 8. Uma mini-pizza, R$ 14.

O alto custo, porém, não é páreo para o espírito olímpico. Há sempre uma história divertida para contar, uma música nova para criar e um time representando o país para torcer. Após apenas 48 horas de Jogos, o ditado nunca fez tanto sentido: o melhor do Brasil, é o brasileiro! E, por que não, agora com um “q” de estrangeiro.

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