E vai-se O Beijo do Vampiro. Esta é a última semana da novela das sete, que termina com um saldo razoável por ter deixado predominar a tempo o tom da caricatura em meio a uma abordagem tradicionalmente tão mórbida.
Ajudaram a contribuir para essa roupagem algumas performances fundamentais na novela, todas do núcleo dos vampiros. Tarcísio Meira, que de início não convencia, foi um que soube pegar carona nessa brecha cômica e marcou presença.
Tato Gabus, que fez o Bartô, raramente esteve tão bem em sua carreira como nesse momento. Abraçou o personagem com todas as tintas e deu banho. Na mesma esteira vieram Betty Gofman, que fez Amélie; sua irmã Rosane (impagável como a Van Preta); Guilherme Piva, originalmente talhado para papéis hilários como foi o de seu Monstro do Espelho; Júlia Lemmertz, que arrebentou quando passou a integrar o mundo vampírico; e Tony Tornado, o Godzilla.
Noutras palavras, o mérito desse folhetim ficou com os caricatos, que dividiram o brilho também com Kayky Britto, no papel do meio-vampiro Zeca; Claudia Raia, como a afetada Mina de Montmartre; e Ney Latorraca, participação emergencial, no papel de Nosferatu.
A ala das estrelas propriamente ditas não contou com a mesma sorte, a começar por Thiago Lacerda, o Beto, que acabou tendo papel curto. Flávia Alessandra como Lívia também foi um fiasco, bela e inexpressiva como quase sempre. Faz parte daquelas figuras carimbadas que a Globo quer porque quer emplacar como ídolos, mas às quais falta recheio.
O Beijo do Vampiro vai marcar presença como comédia. E cairá bem, daqui a algum tempo, na sessão Vale a Pena Ver de Novo, à tarde. Bem mais apropriado.