A Rede Bandeirantes vai pedir um laudo técnico aos auditores do concurso de Miss Brasil 2003, que o canal transmitiu na noite de sábado, a fim de provar a lisura da eleição que deu à representante do Tocantins o título de miss. O motivo é um fax sem assinatura publicado pelo jornal Diário de S. Paulo em sua edição de ontem. O fax foi enviado na tarde de sexta-feira dando como certa a vitória de Gislaine Rodrigues Ferreira, a miss Tocantins, o que realmente ocorreu.
“Apesar de o concurso não ter acontecido, infelizmente já se sabe, de antemão, quem será a vencedora deste título: a miss Tocantins, Gislaine Rodrigues Ferreira”, dizia o fax. A auditoria do concurso foi feita pela empresa Boucinhas & Campos + Soteconte Auditores Independentes. Nenhum auditor foi encontrado para comentar o assunto.
A sócia da Gaeta Promoções e Eventos, que produz o concurso, e ex-miss Brasil, Nayla Micherif, negou que o concurso estivesse viciado. Ela disse que já sabia da existência do fax: “Antes do concurso havia burburinho sobre isso”. Nayla disse que a família da miss Minas Gerais, Rafaela Tinti, ficou descontente com a participação de Gislaine. O motivo é que Gislaine é mineira de Patos de Minas e disputou o concurso de Miss Minas, mas perdeu para Rafaela Tinti. Entretanto, foi convidada pela organização do concurso em Tocantins para representar o estado no Miss Brasil.
Nayla não acusa a família de Rafaela Tinti. Mas disse que recebeu dos pais da miss Minas manifestações de descontentamento com o fato de Gislaine concorrer. “A família da miss Minas Gerais estava muito alterada”, disse, referindo-se a encontros da família de Rafaela com a organização, antes do concurso. A organizadora também falou em “inveja da beleza de Gislaine” para justificar o fax que acertou o resultado do concurso antes de ser realizado.
Gislaine Rodrigues Ferreira, que tem 19 anos, é mineira, mas participou do concurso por Tocantins. Nayla Micherif diz que o convite da própria organização do concurso para que ela representasse outro estado não é ilegal. A regra do concurso, disse ela, exige apenas que as candidatas sejam brasileiras ou naturalizadas há pelo menos seis anos. Como exemplo da regra, ela cita a candidata do Amazonas deste ano, que é carioca.