Cearenses e professores da Escola de Música de Brasília. Além dessas duas características, os cinco componentes da banda Forrolerage têm em comum o humor inteligente e uma habilidade musical que os permite mesclar músicas do Led Zeppelin ou sinfonias de Mozart com uma melodia de forró. O trabalho do quinteto, que surgiu há quase um ano na cidade, é cheio de particularidades. Primeiro, eles representam personagens no palco, e não revelam seus nomes verdadeiros. “Temos uma identidade secreta, tal qual os super-heróis”, conta Ernesto Pascal, o multiinstrumentista da banda, responsável pelos sopros (flauta e sax), violoncelo, percussão e violão. Outra curiosidade é que cada um deles defende uma bandeira. Ernesto Pascal, nome escolhido em homenagem a Hermeto Pascoal, luta pela preservação da autêntica música brasileira; Raymundo Nonauta (de internauta) é o pacifista, que sonha em acabar com todas as brigas e guerras, inclusive com as rinhas de galo; Virgulinux Ferreira (um mix de Virgulino com Linux) é um cafona Don Juan, que prega o sexo seguro; o Coronel Control Zé é um antigo latifundiário, que defende as causas dos sem-terra e luta pela reforma agrária; por último, temos o MC Virino, um jamaicano antidrogas. Os figurinos foram escolhidos a dedo, para manter a identidade dos artistas. Perucas, óculos, bigodes e barbas postiças, além de chapéus e roupas largas, realmente confudem o público. “Só as pessoas mais próximas a nós conseguem nos reconhecer no palco”, diz Raymundo Nonauta. O primeiro CD da banda está em fase de finalização e sairá ainda este ano. São onze faixas, todas compostas pelo quinteto. A maioria delas é em forma de paródia de outras canções. Águas de Março (Tom Jobim), Nuvem Passageira (Hermes de Aquino), Me Chama (Lobão), A Banda (Chico Buarque) e a música tema do Batman são algumas que aparecem no álbum. Hoje, eles farão uma apresentação no ParkChopp, ao lado do Carrefour Sul. Chance imperdível para quem quiser rir e dançar bastante.