O presidente Jair Bolsonaro tentou desqualificar, nesta segunda-feira (23), o resultado da pesquisa Datafollha segundo a qual governadores e o Ministério da Saúde têm avaliação bem melhor que a dele em relação à condução da crise do coronavírus. Ao ser questionado sobre os números, Bolsonaro minimizou o resultado da pesquisa.
“Você está preocupada com popularidade minha e do Mandetta? Se você acredita no Datafolha… O presidente da República e seus ministros estão trabalhando há semanas para minimizar os efeitos do coronavírus. As vidas das pessoas estão em primeiro lugar”, disse Bolsonaro, em entrevista na porta do Palácio da Alvorada.
O presidente ainda criticou e chamou de “impatriótica” a pergunta sobre o levantamento. “A imprensa é importantíssima para divulgar a verdade, mas não é com pergunta como essa, feita por essa senhora [repórter] aqui do meu lado. É uma pergunta impatriótica, que vai na contramão do interesse do Brasil, que leva ao descrédito da imprensa brasileira. É uma pergunta, me desculpe, infame até”, classificou Bolsonaro.
A pesquisa
O instituto Datafolha ouviu 1.558 pessoas de 18 a 20 de março por telefone, para evitar contato com o público. Após levantamento, a pesquisa viu que a população tem aprovado mais as medidas tomadas pelos governadores do que as do presidente Jair Bolsonaro quando o assunto é combate ao coronavírus.
54% dos entrevistados aprovam o desempenho dos governadores, enquanto 35% acredita que Bolsonaro tem feito um bom papel. 33% rejeita as ações do presidente, que declarou várias vezes que está havendo “histeria” no que diz respeito ao combate ao covid-19.
26% dos entrevistados avaliam como regular o desempenho de Bolsonaro. 20% consideram que o presidente sempre se comporta de forma adequada em relação ao coronavírus, contra 26% que acham que ele nunca se comporta de forma adequada.
A pesquisa mostrou ainda que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, também tem melhor avaliação que Bolsonaro no combate à epidemia de coronavírus. Para 55%, a atuação de Mandetta é ótima ou boa; 31% a consideram regular e 31%, ruim ou péssima.