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Política & Poder

GDF destina R$ 10 milhões para garantir terceiro turno da Saúde

Arquivo Geral

07/01/2019 14h31

Divulgação/GDF

Jéssica Antunes
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O Governo do Distrito Federal vai investir R$ 10 milhões para contratação e pagamento de horas extras para abrir o chamado “terceiro turno” da Saúde. A ideia é fazer procedimentos à noite para extinguir as filas de cirurgias da capital. Nesta segunda-feira (7), Ibaneis Rocha (MDB) assinou o decreto que determina o estado de emergência na área, que permite que contratos sejam firmados sem licitação. O prazo é de seis meses para dar “choque de gestão” e garantir que a pasta crítica ande com as próprias pernas.

O estado de emergência na Saúde vai permitir ao GDF contratar serviços e comprar insumos sem licitação, chamar concursados e ampliar a carga horária dos servidores. A partir do decreto, que deve ser publicado ainda nesta segunda no Diário Oficial do DF, está permitida contratação de horas extras aos profissionais de saúde e de servidores aposentados que querem voltar à ativa.

Eles devem fortalecer as equipes que farão os mutirões de cirurgias. A contrapartida oferecida é gratificação. O bônus seria de R$ 8 mil por 20 horas de trabalho semanais. O valor é similar ao que já é pago, atualmente, aos médicos recém-contratados na rede pública. Também estão previstas obras para abertura de leitos e de salas de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Além disso, o emedebista prometeu reabrir postos de atendimento e melhorar os salários dos servidores com objetivo de melhorar a prestação de serviço.

“Todos os governos que passaram fizeram contratos emergenciais e não deram conta de dar o passo seguinte. A intenção é que esse seja efetivamente emergencial”, disse o governador. Prometendo fazer vistorias pessoalmente e de surpresa em hospitais para checar o serviço, Ibaneis foi aplaudido por equipes de saúde. “Recurso não nos falta, o que falta é um choque de gestão”, apontou.

Foto: Raianne Cordeiro

O Secretário de Saúde Osnei Okumoto fez a exposição de motivos para decretação do estado de emergência na saúde pública do DF. “Dentro das necessidades principais, elencamos especialmente a questão de liberação de leitos de UTI, de internações de pacientes, centros cirúrgicos, a falta de material, medicamentos, de estruturas de trabalho. O decreto é fundamental para termos trabalho de impacto inicial para colocarmos todos os serviços em funcionamento”, relatou.

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O antecessor Rodrigo Rollemberg (PSB) também decretou estado de emergência na Saúde logo no início do governo. A medida foi renovada quatro vezes e durou 30 meses – de janeiro de 2015 a julho de 2017. Conforme relatório entregue ao governador, o quadro não é favorável. A situação apontada é de calamidade nos 2 hospitais e seis Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O diagnóstico foi produzido durante os primeiros dias de 2019 e concluído em 3 de janeiro.

Confira o relatório produzido pela equipe de Ibaneis: Situac?a?o de hospitais e UPAs – Ascom SES

Caos na saúde
“Chegamos ao caos total da saúde. As pessoas estão morrendo e sofrendo. Aqueles que não morrem, sofrem. Com isso não podemos compactuar. A medida traz um conjunto de secretarias e atitudes que vão melhorar a saúde do DF. Temos que mudar a maneira de pensar isoladamente e trabalhar juntos. Todos os órgãos têm que pensar em saúde”, defendeu o governador.

A fala justificou a presença em massa do secretariado. A Secretaria de Obras fará reforma de salas de cirurgia e a reabertura de quase mil leitos. A Secretaria de Cidades, por sua vez, fará mobilização para vacinação. Com isso, o governo espera reorganizar e reduzir filas de atendimento, especialmente para cirurgias. Apesar de os números serem imprecisos, estima-se 18 mil pacientes a espera de operação ortopédica.

Na solenidade, o chefe do Executivo declarou guerra à corrupção no setor. “Casos são inúmeros. Minam recursos que a sociedade não tem condições de repor. O orçamento de saúde do DF é um dos maiores per capita do país. Não se justifica a má qualidade. Temos que banir a corrupção na saúde. Cada centavo da Saúde tem que ser investido nela. Na vida da população que está muito sofrida”, valorizou.

 

 

 

 

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