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Saúde

Dengue: especialistas explicam como os fatores de imunidade podem proteger contra a doença

Febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos e outros sintomas devem ser monitorados atentamente

Redação Jornal de Brasília

30/03/2024 18h43

Por Artur Monteiro e Maria Clara Batista Jornal de Brasília/Agência Ceub

Nem sempre há respostas definitivas sobre o que faz doenças como a dengue agravarem em uma pessoa e não apresentar qualquer sintoma em outra. A compreensão dos fatores que influenciam a manifestação da doença e as medidas preventivas são essenciais para lidar eficazmente com essa realidade.

Imunidade

A imunidade é a capacidade do corpo de se defender contra organismos infecciosos, como vírus e bactérias. No caso da dengue, a infecção por um sorotipo do vírus confere imunidade a esse sorotipo específico, mas não necessariamente aos outros sorotipos.

Segundo o pesquisador Denis Jacob Machado, especialista em bioinformática e genômica pela Universidade da Carolina do Norte, em Charlotte (EUA), a resposta imunológica varia de pessoa para pessoa, influenciando na gravidade dos sintomas. 

Fatores genéticos, idade e histórico de infecções anteriores desempenham papéis importantes nessa variabilidade.

Predisposição 

Febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos e outros sintomas devem ser monitorados atentamente. 

Denis Machado reforça que fatores individuais como idade, etnia, presença de comorbidades e infecção secundária podem influenciar na gravidade dos sintomas da dengue. 

Crianças pequenas e idosos, por exemplo, são mais vulneráveis às complicações graves da doença devido a diferenças fisiológicas em seus sistemas imunológicos.

Segundo o médico Victor Porto, chefe da assessoria de mobilização institucional e social para a prevenção de endemias no DF, a susceptibilidade ao vírus da dengue é universal, mas esses fatores de risco individuais podem determinar a gravidade da doença. 

Ele destaca que crianças mais novas e pessoas acima de 65 anos estão em maior risco de complicações devido às características de seus sistemas imunológicos.

Tratamento dos sintomas

O tratamento da dengue concentra-se na gestão dos sintomas e na prevenção de complicações. Medicamentos como paracetamol ou dipirona são indicados para controlar a febre, enquanto o uso de AAS e anti-inflamatórios é desaconselhado. 

Porto enfatiza que a vigilância médica contínua é crucial, especialmente em casos de evolução para a dengue hemorrágica.

Imunidade após contrair dengue

Segundo a Secretaria de Saúde, após a infecção por um sorotipo da dengue, o corpo desenvolve imunidade duradoura a esse sorotipo, e temporária/parcial para os outros. 

Porém, passado este período de imunização parcial, os anticorpos presentes no organismo do indivíduo, ao invés de impedirem, irão facilitar a entrada dos outros sorotipos nas células de defesa de seu corpo. 

Isso aumentaria o risco de formas graves da doença. Isso explica, então, o porquê de que a reinfecção pode ser um fator de risco para a dengue hemorrágica.

Prevenção e cuidados

Além da vacinação (se disponível) e das medidas de controle do mosquito transmissor, como uso de repelentes e eliminação de criadouros, é essencial que a população esteja ciente dos sintomas da dengue e busque atendimento médico ao apresentá-los. A colaboração de todos é fundamental para evitar surtos e complicações relacionadas à doença.

Ao compreender a imunidade e os fatores que influenciam a gravidade da dengue, podemos melhorar as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento, contribuindo para reduzir o impacto dessa doença tão prevalente em nossas comunidades. 

Hidratação

A hidratação também é um fator indispensável e deve ser prioridade para aqueles que contraem a doença. 

Mesmo que não haja qualquer tipo de dieta que, de fato, contribua para minimizar os sintomas, os afetados devem se manter hidratados e ingerir alimentos ricos em nutrientes.

A vigilância epidemiológica desempenha um papel fundamental no monitoramento da propagação e mutação dos vírus da dengue. 

No DF, o acompanhamento dos diferentes sorotipos é essencial para orientar políticas de saúde pública. O subtipo circulante, como o DENV-2 identificado em 2023, impacta diretamente as estratégias de prevenção e tratamento.

Supervisão de Luiz Claudio Ferreira

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