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Política & Poder

Volkswagen abandona negociação com MPT sobre trabalho análogo à escravidão

O MPT afirma que adotará todas as medidas judiciais e extrajudiciais necessárias para efetiva reparação dos danos gerados pela empresa

Camila Bairros

29/03/2023 13h23

Foto: Banco de Imagens

Na manhã desta quarta-feira (29), o Ministério Público do Trabalho realigou uma audiência com a Volkswagen do Brasil para discutir a reparação por trabalho escravo praticado na Fazenda Vale do Rio Cristalino, no Pará. Entretanto, a empresa se retirou da mesa de negociação, afirmando que não tem interesse em firmar acordo com o órgão.

Segundo depoimentos, trabalhadores da fazenda de cerca de 140 mil hectares – equivalente à área da cidade de São Paulo – viviam no local em situação degradante de trabalho, sob violência e violações de direitos humanos. De acordo com as investigações, essas violações incluiriam falta de tratamento médico nos casos de malária, impedimento de saída da fazenda, em razão de vigilância armada ou de dívidas contraídas (servidão por dívidas), alojamentos instalados em locais insalubres, sem acesso à água potável e com alimentação precária.

O caso aconteceu entre as décadas de 1970 e 1980, mas as consequências perduram até os dias de hoje. Naquela época, a empresa contou com recursos público e benefícios fiscais que ajudaram a alavancar o negócio, fazendo com que se tornasse um dos maiores polos do setor.

A proposta do MPT era de que fosse pago um valor de indenização, destinado à reparação dos trabalhadores vitimados que já foram identificados, e para a criação de um programa de levantamento histórico, identificação e busca de outros trabalhadores que foram submetidos ao mesmo tratamento naquela fazenda.

Apesar de o acordo não ter ido para frente, o MPT afirma que adotará todas as medidas judiciais e extrajudiciais necessárias para efetiva reparação dos danos gerados pela empresa.

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