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Política & Poder

Vetar reajuste de policiais seria pior, diz líder da ‘bancada da bala’

Bolsonaro tem até o dia 21 de janeiro para sancionar ou vetar a verba no Orçamento

Redação Jornal de Brasília

12/01/2022 20h06

Foto: Reprodução

O líder da ‘bancada da bala’ no Congresso, deputado Capitão Augusto (PL-SP), afirmou ao Estadão/Broadcast que espera pela sanção do reajuste aos policiais federais apesar dos sinais do próprio presidente Jair Bolsonaro de que todas as categorias podem ficar sem aumento, já que não há espaço no Orçamento para contemplar a todos os servidores.

“Não acredito que o presidente vai recuar. Nós já tivemos uma série de perdas nesse mandato, reforma da Previdência, PEC Emergencial, a reforma administrativa que está vindo, sem nenhuma revisão inflacionária. O aceno de dar essa reestruturação das carreiras já gerou uma expectativa. Recuar seria pior”, disse.

Bolsonaro tem até o dia 21 de janeiro para sancionar ou vetar a verba no Orçamento. O ministro da Economia se manifestou contrário à concessão de aumento salarial para o funcionalismo federal em 2022.

Na avaliação de Guedes e sua equipe, será “explosivo” se governo fizer o reajuste às forças policiais do Executivo porque no dia seguinte “todo mundo” vai querer em meio às restrições fiscais. “Não dá para saber o que se passa lá, mas sempre prevalece a vontade do Bolsonaro. Teve vários outros impasses entre o Bolsonaro e o Paulo Guedes e acaba prevalecendo a vontade do Bolsonaro”, disse o deputado.

A verba de R$ 1,7 bilhão foi aprovada após o presidente entrar em campo para garantir o reajuste no Orçamento de 2022. Tecnicamente, o recurso não é destinado a uma categoria específica, mas foi negociado para atender os policiais federais após um aceno do governo a uma categoria estratégica para Bolsonaro em ano eleitoral. E, como mostrou o Estadão, esse dinheiro é insuficiente para atender até mesmo a reestruturação dos salários da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e agentes penitenciários, carreiras que o presidente acenou com o reajuste.

O Ministério da Economia é contra o reajuste, mas, em dezembro, cedeu à pressão do presidente e enviou um ofício ao Congresso solicitando o recurso. Agora, a pasta tenta barrar a revisão salarial mais uma vez. Se Bolsonaro vetar a verba, o veto ainda poderá ser derrubado no Legislativo.

A proposta causou um efeito cascata de outras categorias, que começaram a abandonar cargos no Executivo. Mobilizações e operações-padrão, principalmente de auditores da Receita, causaram uma série de transtornos em portos e também na fronteira Norte do País. No sábado, 8, Bolsonaro afirmou que o impasse pode fazer com que nenhum servidor tenha reajuste salarial neste ano.

“A reivindicação das demais categorias é justa, porém, nunca se dá aumento para todo mundo de uma vez só. A bancada da segurança foi uma área base do presidente Bolsonaro”, disse Capitão Augusto.

O líder da Frente Parlamentar da Segurança Pública alerta que um veto de Bolsonaro ao reajuste vai causar um ruído nessa base. Capitão Augusto minimizou, porém, o efeito eleitoral de um eventual recuo. “Se ele não conceder, obviamente haverá um descontentamento, mas não acredito que esse descontentamento vai influenciar no palanque das eleições.”

Estadão Conteúdo

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