A CPI da Pandemia segue em busca de ouvir o motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, que sacou R$ 4,7 milhões para a VTCLog (empresa de logística que tem contratos com o Ministério da Saúde). A comissão remarcou o depoimento de Ivanildo para esta quarta-feira (1º). A oitiva foi marcada para às 10h30.
Ivanildo havia sido convocado para terça (31), após o Jornal de Brasília revelar os saques por ele feitos em favor da VTCLog, mas advogados conseguiram junto ao Supremo (STF) um habeas corpus que lhe permitia faltar ao depoimento. Não satisfeitos com a decisão do ministro Kassio Nunes Marques, os senadores aprovaram a reconvocação do motoboy.
A nova data não havia sido marcada, mas com a ausência do empresário Marcos Tolentino, que era esperado nesta quarta (1), decidiu-se antecipar a ida de Ivanildo. Tolentino não vai comparecer porque está internado devido a complicações causadas pela covid-19.
O motoboy, contudo, ainda tem o direito de faltar e, caso compareça, poderá ficar em silêncio. Mesmo assim, segundo o senador Humberto Costa (PT-PE), Ivanildo sinalizou aos parlamentares que aceita ir depor.
Pagamentos
Além dos saques revelados pelo JBr, a CPI apura também que Ivanildo pode ter feito pagamentos de boletos em favor do ex-diretor de Logística do Ministério, Roberto Dias. O motoboy esteve no departamento em julho deste ano, quando Dias ainda era do órgão.
Ontem, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) mostrou que, em junho, Ivanildo foi a uma agência bancária do DF pagar um boleto de R$ 6 mil. Esta conta seria em favor de Dias. Renan afirmou possuir fotos que comprovam o caso e mostrou duas delas. Na primeira imagem, Ivanildo aparece com um capacete na mão adentrando o banco no dia 24 de junho deste ano; na outra, aparecem os dados da transação bancária por ele realizada. O horário no comprovante bate com a chegada do motoboy. Veja: