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Política & Poder

TJ-SP condena Randolfe a pagar R$ 30 mil por chamar Fakhoury de criminoso

Os desembargadores entenderam que houve dano moral e que a declaração não está protegida pela imunidade parlamentar

Redação Jornal de Brasília

11/08/2023 20h47

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A Justiça de São Paulo condenou o senador Randolfe Rodrigues (sem partido), líder do governo no Congresso, a pagar R$ 30 mil de indenização ao empresário Otávio Fakhoury por chamá-lo de criminoso.

A declaração foi dada em uma entrevista concedida em novembro de 2021, em meio aos trabalhos da CPI da Covid e após o empresário prestar depoimento à comissão.

“Senhor Fakhoury, estou lhe chamando de criminoso, porque o senhor é criminoso. E do pior tipo. Então, essa turma de criminosos eles… Entre eles, reinam a hipocrisia. Reina a hipocrisia, porque o que eles faziam? Eles faziam propaganda antivacina, eles pediam pras pessoas não se vacinar, eles pediam .. Eles espalhavam fake news”, afirmou o senador na gravação que foi divulgada no YouTube. “Qual era a vacina que eles queriam? As que poderiam… Podiam dar dinheiro pra eles. Eram essa as vacinas que eles estavam… Que eles estavam atrás, que eles estavam procurando viabilizar.”

A ação foi rejeitada na primeira instância, mas a 2.ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo atendeu a um recurso de Fakhoury nesta semana e reformou a decisão.

Os desembargadores entenderam que houve dano moral e que a declaração não está protegida pela imunidade parlamentar.

“Restou incontroverso que o autor não consta no relatório da comissão parlamentar de inquérito, como acusado de ter recebido propina referente a vacina. Desse modo, tem-se pela violação à imagem e honra do autor, que caracteriza abuso de direito à liberdade de manifestação do pensamento”, escreveu a desembargadora Maria Salete Corrêa Dias, relatora do recurso.

O senador ainda pode recorrer.

COM A PALAVRA, O SENADOR

A reportagem entrou em contato com a assessoria do senador Randolfe Rodrigues e aguardava resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.

Estadão Conteúdo

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