Mateus Vargas e Renato machado
Brasília, DF
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), negou que tivesse vazado o relatório final da comissão, um dos motivos da crise que ameaça a união do grupo majoritário. No entanto, afirmou ser natural que isso tivesse acontecido.
“Tudo o que a minha proposta contém era pública. Evidentemente que não fui eu quem vazou. Mas, se eu quisesse ter vazado, eu vazaria, porque o relatório é uma proposta minha, não tem nada sigiloso. Por que eu não vazaria?”, questionou.
“Qual é a combinação [dentro do grupo majoritário] que pode impedir que um relator anuncie a sua proposta? Qual a combinação que tira o direito do relator de revelar o que ele pensa?”, completou.
O senador voltou a repetir que ainda não foi informado diretamente de nenhum ponto de divergência em relação à minuta do seu relatório. Renan também evitou entrar em confronto direto como presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), que desde segunda-feira vem criticando diretamente o relator.
O relator disse que, se tivesse conhecimento dos pontos que Aziz discorda, nem teria acrescentado no seu texto.
“Se eu tivesse sabido do que é que ele diverge, eu nem teria colocado. Mas eu preciso saber”, afirmou.
O grupo majoritário se reúne na noite desta terça-feira (19) na residência do senador Tasso Jereissati, em busca de um acordo relativo ao relatório. Questionado sobre o encontro, Renan não confirmou se vai comparecer.
Guedes
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou nesta terça-feira (19) que concorda em incluir o ministro da Economia, Paulo Guedes, na lista de pessoas que seu relatório vai propor o indiciamento.
A proposta havia sido feita anteriormente pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
“Concordo com a inclusão do ministro Paulo Guedes. Mas disse ao senador Randolfe que, para tanto, é preciso que a gente tenha maioria. O ministro Paulo Guedes interrompeu o pagamento do auxílio; do ponto de vista da fazenda, ele dificultou o enfrentamento da pandemia em várias oportunidades”, afirmou.
“Quando voltou com o auxílio voltou pagando apenas a metade do que pagava. e óbvio que isso tudo agravou a fome, a miséria, as circunstâncias que voltamos a viver no Brasil”, completou.