A CPI da Pandemia reagiu ao desfile militar promovido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (10). O relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), classificou o evento como “patético” e chamou Bolsonaro de “doido” e “amalucado”.
“Hoje o presidente da República faz nova coreografia novamente patética. Um espetáculo dantesco com a utilização indevida, inconstitucional e oportunista das Forças Armadas na democracia”, declarou Calheiros. “As Forças Armadas não podem apoiar aspirações de um presidente da República amalucado com comissões tirânicas que vive à erosão da sua própria popularidade e hoje é tido pelo povo brasileiro como despreparado e desonesto”, prosseguiu o senador, ressaltando pesquisas de opinião divulgadas nas últimas semanas.
Renan Calheiros também fez críticas ao Congresso Nacional que, na opinião do senador, tem sido pacífico frente aos ataques de Bolsonaro. “O Congresso Nacional tem sido tímido, a exceção desta CPI. Tem burocratizado as suas ações e precisa urgentemente sair desse mobilismo para não continuar batendo palma para doido”, declarou.
Senadores como Izalci Lucas (PSDB-DF), Simone Tebet (MDB-MS), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Fabiano Contarato (Rede-ES), entre outros, também se manifestaram contra o desfile. Antes de todos os parlamentares, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) fez críticas às Forças Armadas e ao Congresso.
“Em apenas dois anos e meio de mandato, Bolsonaro colocou o país nessa situação vexatória, degradou as instituições e rebaixou as Forças Armadas”, disse Aziz. “Quem está apoiando esse tipo de ato contra a democracia brasileira não pode passar impune.”
Para Omar, o desfile é uma “clara tentativa de intimidar parlamentares e opositores”. “Bolsonaro imagina com isso estar mostrando força, mas na verdade está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção, inclusive desta CPI, e pela incompetência administrativa que provoca mortes, fome e desemprego em meio a uma pandemia ainda sem controle”, disparou.
O desfile desta terça-feira (10) ocorreu em frente ao Palácio do Planalto, no dia da votação da PEC do voto impresso na Câmara dos Deputados. A ação é tida por opositores como uma tentativa de se polarizar as Forças Armadas e intimidar parlamentares na decisão da PEC.
