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Política & Poder

Quem é Luciana Santos, escolhida para comandar a pasta de Ciência e Tecnologia

Ela vai substituir o engenheiro civil Paulo Alvim, escolhido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) após a saída de Marcos Pontes (PL)

FolhaPress

22/12/2022 15h40

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Stefhanie Piovezan
São Paulo, SP

Luciana Barbosa de Oliveira Santos, anunciada nesta quinta-feira (22) como ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB desde 2015.

“É uma honra! Um trabalho que assumo com muito compromisso e com muita disposição. Depois de quatro anos de negacionismo, a Ciência vai voltar a ser prioridade nesse país”, escreveu Santos em seu perfil no Facebook após o anúncio.

Ela vai substituir o engenheiro civil Paulo Alvim, escolhido pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) após a saída de Marcos Pontes (PL), e será a primeira mulher a ocupar o cargo de forma efetiva. Em 2016, a advogada Emília Maria Silva Ribeiro Curi assumiu o posto de forma interina depois de Celso Pansera.

Conforme antecipado pelo jornal Folha de S.Paulo, seu nome vinha ganhando força nos bastidores. Ex-integrante da comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Santos era apontada como a mais cotada para a pasta e sua escolha era vista como uma forma de atender o PCdoB, que apoiou Lula durante a campanha.

Nascida no Recife em 29 de dezembro de 1965, Santos cursou engenharia elétrica na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) e, durante a graduação, entrou para o movimento estudantil.

Ela foi presidente do Diretório Acadêmico de Engenharia e Computação da UFPE, dirigente do Diretório Central dos Estudantes e vice-presidente da regional da UNE (União Nacional dos Estudantes) em Pernambuco.

Em 1992, após concluir a graduação, Santos candidatou-se a vereadora de Olinda e alcançou a primeira suplência.
Dois anos depois, também ficou como suplente ao concorrer ao cargo de deputada estadual. Em 1996, assumiu a vaga e manteve envolvimento direto com os movimentos populares durante o mandato.

Em 1998, reelegeu-se deputada estadual e, em 2000, foi eleita prefeita de Olinda com mais de 107 mil votos. Em 2004, foi reeleita no primeiro turno, com cerca de 122 mil votos.

De 2009 a 2010, foi secretária estadual de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente de Pernambuco, na gestão do governador Eduardo Campos (PSB), e deixou o posto para tentar uma vaga na Câmara dos Deputados.

Teve dois mandatos consecutivos em Brasília, de 2011 a 2014 e de 2015 a 2018, e apresentou diversas proposições, entre elas a criação do vale-cultura.

Mais recentemente, no período eleitoral deste ano, Santos reivindicou a vaga de candidata ao Senado por Pernambuco, mas teve de ceder o posto para Tereza Leitão (PT-PE).

DESAFIOS

O relatório final do Gabinete de Transição relaciona alguns dos desafios da futura ministra, a começar pela recomposição e ampliação do financiamento de CT&I, com a liberação integral dos recursos do FNDCT (Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).

“A destinação desses recursos deve se voltar para projetos nacionais estruturantes e mobilizadores, em complemento (e não substituição) à recuperação e ampliação do orçamento do MCTI e de suas unidades
e agências, especialmente os recursos próprios do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)”, diz o texto.

O documento afirma que é necessário traçar uma estratégia nacional de CT&I como política de Estado de longo prazo e, para isso, é fundamental remontar a estrutura do ministério. Destaca, por fim, que é preciso retomar o diálogo para a definição das políticas públicas na área e realizar uma nova Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação.

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