Menu
Política & Poder

Policiais federais invadem prédio de jornalista no CE

Segundo o comunicador, os agentes não tinham mandado, estavam com carro e roupas descaracterizadas e agiram com truculência

Geovanna Bispo

13/04/2022 17h46

Foto: Reprodução

Dois policiais federais invadiram, na última segunda-feira (11), prédio onde o jornalista Donizete Arruda mora, em Fortaleza, no Ceará.

Segundo o comunicador, os agentes não tinham mandado, estavam com carro e roupas descaracterizadas e agiram com truculência.

As buscas por Arruda teriam se iniciado em um antigo prédio onde ele morou. Após descobrirem que o jornalista não morava mais lá, eles seguiram para o prédio atual. Porém, ao chegarem, não o encontraram e seguiram para o trabalho de Donizete.

Em vídeo, o comunicador diz acreditar que a operação foi patrocinada pela família Ferreira Gomes, a quem ele se refere como “Os donos do Ceará”. Entre aqueles que fazem parte dessa família, está o presidenciável Ciro Gomes (PDT).

Veja o vídeo:

De acordo com o jornalista, ao ser abordado pelos agentes, foi questionado sobre quem seriam suas fontes na recente denúncia feita por ele contra o Instituto Nordeste Cidadania (INEC), ONG supostamente ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT).

O INEC, segundo a denúncia, gerencia cerca de R$ 15 bilhões do Crediamigo, do Banco do Nordeste (BNB). Mesmo com a denúncia e a tentativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de impedir um novo contrato, o banco renovou, na última semana, os documentos por mais três meses.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Federal e, até o momento de publicação da matéria, não obteve resposta.

Veja as imagens da procura dos agentes:

Liberdade de imprensa

A Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACERT), em nota, classificou a ação policial como uma agressão a “liberdade de imprensa”, ainda mais com o propósito de forçar a quebra de sigilo da fonte, que é garantido pelo art. 5º, inc. XIV, da Constituição Federal.

“Portanto, merece rigorosa investigação por parte dos órgãos de controle da Polícia Federal e a imprescindível ação penal do Ministério Público”, diz a associação.

Por fim, o grupo se solidariza com o jornalista. “Donizete Arruda foi vítima de intolerável coação […] em seu próprio lar”, continua.

“O ato de violência não atingiu somente a pessoa do jornalisa nominado, mas à liberdade de imprensa e ao direito à informação garantido a todos os brasileiros; devendo, portanto, ser punido com a maior brevidade e severidade”, finaliza o texto.

Veja a nota na íntegra:

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado