O gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, declarou na CPI da Covid no Senado nesta quinta-feira (13) que o primeiro contato com o governo brasileiro para oferecer vacinas foi feito em maio do ano passado. À época, Murillo era representante da Pfizer no Brasil.
Após maio, a Pfizer foi atualizando a oferta. Em agosto de 2020 a farmacêutica se dispôs a entregar 70 milhões de doses entre o fim de 2020 e o começo de 2021. Pelo menos 1,5 milhão de vacinas poderiam ter sido disponibilizadas ao Brasil ainda no ano passado, disse o gerente-geral. Veja o cronograma que foi elaborado à época:
- 1,5 milhão de doses seriam entregues em dezembro de 2020;
- 3 milhões de doses no primeiro trimestre de 2021;
- 14 milhões de doses no segundo trimestre de 2021;
- 26,5 milhões de doses terceiro trimestre de 2021;
- 25 milhões de doses quarto trimestre de 2021.
Murillo afirmou que o Brasil não rejeitou, mas também não aceitou comprar a vacina. O gerente-geral explicou que seguiu um protocolo de esperar 15 dias para resposta. O governo brasileiro não se manifestou após o período.
O representante da Pfizer também confirmou que, em setembro do ano passado, enviou carta ao Executivo brasileiro. O documento, que só foi respondido dois meses depois, foi enviado às seguintes autoridades:
- Jair Bolsonaro, presidente da República
- Hamilton Mourão, vice-presidente da República
- Walter Braga Netto, chefe da Casa Civil
- Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde
- Paulo Guedes, ministro da Economia
- Ernesto Araújo, então ministro das Relações Exteriores
Os senadores avaliam que, caso o governo brasileiro tivesse comprado as vacinas da Pfizer, a imunização contra a covid-19 no Brasil poderia ter sido acelerada, uma vez que a imunização teve início com outra vacina, a chinesa Coronavac, em janeiro de 2021. À época, o país tinha poucas doses da Coronavac, o que não permitiu a vacinação de grandes grupos logo de início.
O depoimento de Carlos Murillo continua. Acompanhe ao vivo: