Menu
Política & Poder

Petista e filho vão a júri por tentativa de homicídio

Os desembargadores concluíram que “Maninho do PT” e seu filho agiram por motivação política e com “intolerância diante de opiniões diversas”.

Redação Jornal de Brasília

01/10/2024 22h19

maninho do pt 685x432

(Crédito: Reprodução

São Paulo, 01 – A 3.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu, por unanimidade, que Manoel Eduardo Marinho, o “Maninho do PT”, ex-vereador em Diadema (Grande São Paulo), e o filho dele, Leandro Marinho, serão levados a júri popular pela tentativa de homicídio do empresário Carlos Alberto Bettoni, em abril de 2018, durante uma confusão em frente ao Instituto Lula, na capital paulista. Os desembargadores consideraram que as provas do processo demonstram, ao menos, o dolo eventual, ou seja, que os réus assumiram o risco de matar.

O empresário teve traumatismo craniano após ter sido empurrado em manifestação diante do Instituto Lula. Ele bateu com a cabeça no para-choque de um caminhão. Os petistas protestavam contra a ordem para prender o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da Operação Lava Jato.

O Tribunal do Júri julga crimes dolosos contra a vida, como homicídio, feminicídio e aborto fora das hipóteses previstas em lei, inclusive na forma tentada. Segundo o laudo médico, Bettoni sofreu “ferimento corto contuso parietal esquerdo com exposição da calota craniana com afundamento ósseo” e “várias contusões hemorrágicas”. Ele precisou ser submetido a uma cirurgia e passou 20 dias na UTI.

‘Intolerância’

Os desembargadores concluíram que “Maninho do PT” e seu filho agiram por motivação política e com “intolerância diante de opiniões diversas”. A defesa dos réus alegou no processo que não era possível ver a movimentação da rua nem saber se havia tráfego de veículos.

Para os advogados Daniel Bialski e Vitória Munhoz Dias, que representam a família do empresário – morto em 2021 _, “o entendimento e a conclusão do Tribunal de Justiça foram irretocáveis”.

“Não existe dúvida alguma quanto ao risco assumido pelos réus ao encurralar, agredir e empurrar a vítima em meio a via pública, no intenso contrafluxo de veículos, fazendo-a colidir com um caminhão, ainda se evadindo na sequência, demonstrando a absoluta frieza e descaso para com a vida alheia”, sustentam os advogados da família de Bettoni.

O ex-vereador e o filho tiveram a prisão preventiva decretada durante a investigação. Eles passaram sete meses presos até conseguirem um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dezembro de 2018. A reportagem procurou a defesa dos réus para comentar a decisão, mas não havia obtido retorno até a noite de ontem.

Estadão Conteúdo

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado