Hylda Cavalcanti
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Repercussões sobre os altos gastos com comida por parte do Governo Federal, com ações em várias frentes, movimentaram o cenário político, ontem.
Além de pronunciamentos e declarações diversas sobre o caso, foram providenciados pedidos de investigação ao Tribunal de Contas da União (TCU), de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara e até ajuizamento de ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que autoridades sejam obrigadas a dar esclarecimentos a respeito.
Vários parlamentares destacaram a importância do teor das informações obtidas pela equipe do Jornal de Brasília, divulgadas na edição de ontem. A reportagem mostrou que uma das empresas fornecedoras de produtos para o governo funciona numa sala pequena, no subsolo de um prédio comercial no Setor Sudoeste.
A empresa é responsável pelo faturamento de milhões no fornecimento desses alimentos e tem como proprietária Azenate Barreto Abreu. O advogado dela, Nelson Wilians, negou que haja qualquer contrato irregular e argumentou que o que houve foi uma “confusão” em torno do preço unitário dos produtos e a quantidade ofertada.
Contradições
Para o deputado distrital Chico Vigilante (PT), crítico desde sempre do governo Bolsonaro, a abertura dos trabalhos da CPI tem de ser feita a partir dos dados apurados pelo jornal.
“São os dados da reportagem que mostram detalhes de contradições entre o que aconteceu e os argumentos apresentados até agora pelo governo. Consistem no início de investigações sérias que precisam ser levadas adiante”, ressaltou.
O deputado federal Professor Israel (PV-DF) afirmou a denúncia do Jornal de Brasília é “um sinal vermelho para a CPI”.
“Estamos apurando as informações. O Portal de Transparência (site com despesas efetuadas pelo Executivo) está fora do ar desde que as denúncias surgiram”.