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Política & Poder

Para Mourão, maior erro do governo foi falta de orientação à população sobre a Covid-19

O Brasil registrou 2.080 mortes por Covid-19 e 86.833 casos da doença, nesta terça-feira. Com isso, o país chega a 504.897 óbitos pela doença

Redação Jornal de Brasília

23/06/2021 6h26

Foto: Agência Brasil

Cristina Camargo
São Paulo, SP

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta terça-feira (22), em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila (GloboNews), que o governo errou ao não realizar uma campanha de comunicação firme para orientar a população desde o início da pandemia da Covid-19.

“Esse foi o grande erro”, afirmou. Ele citou campanhas de vacinação realizadas em outras épocas e disse que a população deveria ter sido orientada sobre a realidade da doença.

“Isso teria sido um trabalho eficiente do nosso governo”, opinou.

O Brasil registrou 2.080 mortes por Covid-19 e 86.833 casos da doença, nesta terça-feira. Com isso, o país chega a 504.897 óbitos pela doença e a 18.056.639 pessoas contaminadas pelo Sars-CoV-2.

Mourão não desmentiu uma conversa que teria tido com o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em que teria criticado o colega de farda por não ter ido para a reserva ao ocupar um cargo político no governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Apesar de lembrar que a conversa foi entre os dois e que não é ético revelar o teor, o vice-presidente afirmou que Pazuello deveria ter compreendido sua função política

“Ele já tinha atingido o patamar mais elevado no Exército e era hora de passar para a reserva. Ele teria mais liberdade de manobra para trabalhar”, disse.

Mourão pediu para que seja compreendido que “Pazuello não é o Exército nem o Exército é o Pazuello, apesar dele ser um militar”.

Na análise dele, o fato de o general ter sido ministro da Saúde não significa uma intervenção do Exércio no órgão. Ele comparou a situação à intervenção militar no Rio de Janeiro, em 2018.

“O Exército não foi escalado para controlar o Ministério da Saúde. O presidente escolheu o Pazuello, que casualmente levou 10, 12 doze militares para trabalhar com ele”, disse.

Para o vice-presidente, isso é diferente da intervenção no Rio, quando o então presidente Michel Temer (PMDB) designou o Exército para intervir na segurança pública.

Durante a entrevista, Mourão tentou ser compreensivo com os acessos de fúria de Bolsonaro, dizendo que o presidente é o homem mais criticado na história do país e às vezes fica irritado por isso.

“Ele passou a sofrer críticas desde o dia menos um. Às vezes, é aquela história, o camarada se irrita. Tem dias em que a pessoa se irrita”.

Mourão admitiu que não foi procurado pelo presidente para uma conversa sobre reeleição e vê como motivo para a relação distante deles a desconfiança de que esteja se preparando para ocupar o lugar de Bolsonaro, o que nega oficialmente.

Para Mourão, é normal ter ideias próprias e defendê-las, mesmo que depois seja voto vencido.

Segundo ele, na vida militar os processos decisórios sempre são debatidos até chegar a uma definição que depois será defendida por todos.

“Sempre trabalhei dessa forma”, afirmou. “A gente podia melhorar o nosso relacionamento em cima disso aí. Entender que eu não estou a fim do cargo dele”.

O vice garantiu que o seu plano é chegar até o dia 31 de dezembro de 2022 como vice-presidente de Bolsonaro. Sobre o futuro político, disse que no momento está em cima do muro. “Estou PSDB”, brincou. “Estou aguardando, dando tempo ao tempo”. Caso decida disputar a próxima eleição, o mais provável é que concorra ao Senado pelo Rio Grande do Sul, seu estado natal.

O vice afirmou também que a sua principal lealdade é à Constituição brasileira. “Prestei um juramento quando fui empossado. Mas eu não vejo hoje, apesar de todas as turbulências, que em algum momento o nosso governo e em particular a pessoa do presidente Bolsonaro tenha atravessado aquele rubicão, aquela linha-limite de alguma atitude que seja prejudicial à nação como um todo”.

Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão evitou ampliar as divergências com o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que faltou a uma reunião marcada para o dia 26 de maio e não enviou representante. Na ocasião, o vice definiu o gesto como “falta de educação”.

Para Mourão, “trabalhar com pessoas não é simples”. Segundo ele, “o bicho homem é complicado”. Ele destacou que sua função no conselho é criar sinergia e cooperação.

“Se todos os atores que estão envolvidos com o conselho não cooperarem, a gente não adquire sinergia. Compete a mim fazer aquele trabalho de convencimento, chamar as pessoas, dizer vamos lá, vamos fazer o que tem que ser feito. Não é simples”.

Ele defendeu a ocupação da Amazônia pelo Estado como forma de solucionar o desequilíbrio na distribuição espacial da região e combater as ilegalidades.

As informações são da FolhaPress

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