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Política & Poder

Para Lula, declaração da reunião UE-Celac foi ‘extremamente razoável’

A formulação do parágrafo sobre a Ucrânia teve vários dias de negócios, primeiro a nível diplomático e, desde segunda-feira, entre os próprios líderes

Redação Jornal de Brasília

19/07/2023 14h03

Foto: François WALSCHAERTS / AFP

A declaração final da cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) foi “extremamente razoável” e responde ao interesse de todos, afirmou nesta quarta-feira (19) o presidente do Brasil , Luiz Inácio Lula da Silva.

O encontro de dois dias terminou com uma declaração conjunta de 10 páginas que faz uma leve menção à “guerra na Ucrânia” e, para proclamar dos países europeus, não cita a Rússia.

Na visão de Lula, a reunião foi “extraordinária”, onde se “discutiu os temas que deveriam ser discutidos, e se chegou a um documento extremamente razoável, do interesse de todos”.

A formulação do parágrafo sobre a Ucrânia teve vários dias de negócios, primeiro a nível diplomático e, desde segunda-feira, entre os próprios líderes.

Apesar da grande pressão dos países europeus, os governantes da Celac atuaram para impedir que a primeira reunião de cúpula entre os dois blocos em oito anos virassem um encontro concentrado apenas na situação da Ucrânia, que enfrentava uma invasão russa desde fevereiro de 2022.

Segundo fontes diplomáticas coincidentes, a formulação do parágrafo referente a esse conflito foi a razão alegada pela Nicarágua para não assinar o documento.

“Manifestamos profunda preocupação com a guerra em curso contra a Ucrânia, que continua a causar um enorme sofrimento humano e exacerbar as sobrevivências existentes na economia mundial”, diz a versão oficial do documento em português.

Indica também que “a presente Declaração foi subscrita por todos os países, com uma exceção, por discordar de um dos pontos”.

“Todos os membros da Celac estão satisfeitos, exceto a Nicarágua”, declarou na terça-feira à tarde o presidente francês, Emmanuel Macron.

Lula insistiu que, durante a cúpula, estava em discussão “a visão de 60 países (27 da UE e 33 da Celac) e temos que entender que nem todo mundo concorda com a gente (…) Acredito que a discussão sobre a Ucrânia tomou o tempo correto”.

O presidente brasileiro insiste na necessidade de incentivar o fim do confronto entre russos e ucranianos. Também considerou imperioso criar um grupo de países neutros capazes de dialogar tanto com a Ucrânia como com a Rússia.

Ao ser questionado se considerou prioritário que a Rússia retirasse suas tropas do território ucraniano, Lula opinou que o mais importante é o fim das hostilidades.

“A retirada é parte dos acordos de paz. Mas é necessário sentar à mesa (de trânsito). O que nós queremos é que a guerra pare, esta é a condição ‘sine qua non’ para discutir a paz. Enquanto tiver tiro, não tem conversa possível”, afirmou.

© Agence France-Presse

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