O ex-chanceler Ernesto Araújo afirmou a Comissão Parlamentar de Inquérito que, durante crise do oxigênio no Amazonas, não respondeu ao governo venezuelano, que havia oferecido ajuda ao estado. “Enquanto tinham pessoas morrendo, a ajuda estava vindo pela estrada… Essas mortes poderiam ter sido evitadas se o senhor tivesse agido”, disse o presidente da comissão, Omar Aziz.
Durante a crise, a Venezuela ofereceu doação de tanques de oxigênio para o estado. Ernesto afirmou que houve movimentação do governo para trazer os tanques de avião, mas que, por falta de documentos, o avião não pôde buscá-los. Dessa forma, os tanques foram trazidos via terrestre, o que teria atrasado o suporte.
Aziz ainda afirmou que o contato não foi feito por “questões ideológicas”. Ainda assim, Araújo negou os questionamentos sobre se houve resposta ou agradecimento.
Pfizer
Durante o depoimento, Araújo confirmou que tinha conhecimento da carta enviada ao governo brasileiro em setembro de 2020 pela Pfizer. Nesta carta, o CEO da farmacêutica, Albert Bourla, alertava sobre uma proposta de venda de vacinas sem resposta. Ernesto ainda relatou que “talvez”, no dia 14 de setembro, dois dias depois do envio da carte, foi informado sobre o documento pelo embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Foster, um do destinatários da correspondência.
Cloroquina
Mais cedo, o ex-chanceler também confirmou sua atuação na importação de insumos da Índia para produção nacional de cloroquina. Araújo defendeu que o fármaco é “um remédio muito importante que tenha seu estoque preservado”, e que, por isso, foi necessário garantir a reserva do medicamento.