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Política & Poder

Omar Aziz diz que CPI pode fazer acareação entre Pazuello, Wajngarten e Pfizer

Aziz ainda admitiu, ainda, a possibilidade de ouvir, na CPI, médicos que defendem o uso de cloroquina no tratamento da covid-19

Redação Jornal de Brasília

04/05/2021 8h18

Foto: Agência Brasil/Divulgação

O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), considera a possibilidade de uma acareação, dentro do colegiado, entre o ex-chefe da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo federal Fabio Wajngarten o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e a Pfizer. A declaração foi dada na noite desta segunda-feira (3) ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Na semana passada, Wajngarten disse à revista Veja que travou “intenso duelo” com Pazuello para viabilizar a compra de vacinas contra a covid-19 da Pfizer, rejeitadas pelo governo federal em setembro de 2020. A farmacêutica ofereceu à administração do presidente Jair Bolsonaro doses que poderiam ser entregues ainda em dezembro do ano passado, antes, portanto, do início da vacinação nacional, mas o Ministério da Saúde não deu andamento às tratativas.

Aziz ainda admitiu, ainda, a possibilidade de ouvir, na CPI, médicos que defendem o uso de cloroquina no tratamento da covid-19. O medicamento não tem eficácia comprovada para a doença. “Todos os requerimentos serão analisados por mim. Se o pleno quiser chamar quem defende cloroquina, vou me curvar à maioria”, disse o senador.

Impeachment

Omar Aziz avaliou que o presidente Jair Bolsonaro “foi negacionista” desde o primeiro momento da pandemia de covid-19, estimulando aglomerações e o uso de remédios sem eficácia comprava contra a doença. Ao mesmo tempo, Aziz evitou atribuir culpa direta, neste momento, da gravidade da pandemia no País ao chefe do Palácio do Planalto. “Ainda é muito precipitado falar em punições a alguém, muito menos falar em impeachment. Seria uma irresponsabilidade”, declarou o senador na entrevista, destacando que as investigações do colegiado ainda nem começaram

Aziz reafirmou que a CPI da Covid “não vai dar em pizza” e que haverá encaminhamento de punições, “de quem quer que seja”, caso os senadores da comissão julguem necessário. “Vamos investigar tudo. Espero que possamos concluir os trabalhos em 90 dias”, disse, garantindo que não deixará haver “politização” das sessões do colegiado.

Embora próximo ao governo, o presidente da CPI da Covid é considerado do grupo dos “independentes” do órgãos e é crítico à condução da pandemia pelo Planalto. Durante a entrevista na noite desta segunda, Aziz fez apontamentos à gestão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que rompeu com Bolsonaro. O ex-ministro será ouvido na CPI nesta terça-feira.

“Não conseguíamos falar com ele, estava na televisão 24 horas por dia”, disparou. “Os médicos cubanos fizeram falta na pandemia. Não tem médico a torto e a direito no Brasil”, acrescentou. O programa Mais Médicos, vitrine do governo Dilma Rousseff (PT), foi encerrado por Mandetta e Bolsonaro antes da descoberta do novo coronavírus.

Omar Aziz criticou a declaração do ministro da Justiça, Anderson Gomes, de que vai requisitar à Polícia Federal informações sobre o repasse de verbas federais a Estados e municípios. “É uma falta de assunto. O ministro da Justiça precisa trabalhar mais em outras áreas e deixar questão política”, afirmou Aziz. “Ministros do governo poderiam contribuir mais para soluções na saúde e na economia”.

A fala de Gomes, feita à revista Veja na semana passada, foi interpretada como uma ameaça à comissão de inquérito. O vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), quer convocar o ministro da Justiça ao colegiado para explicar a declaração.

Aziz também criticou a falta de barreiras sanitárias no País para conter a contaminação pelo novo coronavírus. Por outro lado, falou em mudança de comportamento do governo após a instalação da comissão que pretende investigar a atuação do governo durante a pandemia. “Você sai da soberba e, depois da CPI, vai para a humildade”, declarou o senador, citando o apelo do ministro da Saúde, Marcelo Quiroga, à Organização Mundial da Saúde (OMS) por mais vacinas. “Antes, isso não acontecia”.

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