A médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi disse, durante sessão da CPI da Pandemia nesta terça-feira (1º), que desconhece um suposto gabinete paralelo dentro do governo federal. Este gabinete teria orientado por algumas vezes o presidente Jair Bolsonaro a respeito de temas relacionados à pandemia do novo coronavírus.
“Eu desconheço um gabinete paralelo e muito menos que eu integre qualquer gabinete paralelo. Eu sou uma colabora eventual e que participo como médica, cientista, chamada para opinar em comissões técnicas, em reuniões governamentais, reuniões específicas com setores do Ministério da Saúde”, declarou Nise.
A médica ressaltou em outras respostas que contribui com informações técnicas junto a profissionais do Ministério da Saúde, e que um suposto gabinete paralelo que orienta o presidente Jair Bolsonaro não existe. “Entendo que o governo é um só.”
Perguntada pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL) se algumas personalidades participavam deste gabinete, como o vereador Carlos Bolsonaro, o empresário Carlos Wizard, o ex-ministro Osmar Terra e o irmão do ex-ministro Abraham Weintraub, Arthur Weintraub, Nise reiterou que não conhece este grupo paralelo e que não poderia informar sobre possíveis membros.
A fala da médica vai contra alguns dos dez depoimentos já colhidos pela CPI. O diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, declarou anteriormente que, em reunião entre membros do governo, Nise sugeriu que a bula da cloroquina fosse alterada para que o medicamento fosse utilizado contra a covid-19. “Quando houve uma proposta de uma pessoa física de fazer isso [alterar a bula de um medicamento], me causou uma reação um pouco mais brusca. Eu disse: ‘olha, não tem cabimento, isso não pode’”, comentou Barra Torres. Nise declarou que o grupo que participou desta reunião não compõe uma espécie de gabinete paralelo, uma vez que continha membros do Ministério da Saúde.
O depoimento prossegue. Assista ao vivo: