PAULO SALDAÑA
BRASÍLIA, DF
Convocado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para acompanhar pessoalmente o episódio em que o ex-deputado e aliado do governo Roberto Jefferson (PTB) deu tiros e jogou uma granada contra policiais federais, o ministro da Justiça, Anderson Torres, divulgou vídeo em que se solidariza com os agentes feridos.
Ele também se solidarizou com a ministra Cármen Lúcia, ofendida pelo ex-deputado de extrema-direita. O vídeo foi postado nas redes sociais na noite deste domingo (23).
Torres não chegou a ir a Comendador Levy Gasparian (RJ) e gravou o vídeo em Juiz de Fora (MG), a cerca de 50 km da cidade fluminense. “Gostaria de me solidarizar com os policiais federais machucados”, disse.
Bolsonaro tenta se afastar do aliado Roberto Jefferson e chegou a negar que nem sequer tinha foto com ele, o que não é verdade.
Na primeira declaração após o ataque, ainda na tarde de domingo, Anderson Torres não mencionou os policiais nem condenou o ato.
“Momento de tensão, que deve ser conduzido com muito cuidado. Ministério da Justiça está todo empenhado em apaziguar essa crise, com brevidade, e da melhor forma possível”, escreveu.
Bolsonaro e aliados, como o próprio Jefferson, atacam o STF (Supremo Tribunal Federal) –uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, recorrentemente criticado pelo presidente, mandou prender Jefferson neste domingo.
A operação contra Jefferson ocorreu um dia após Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), e a comparou a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas” em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais.
O ministro da Justiça também se solidarizou no vídeo com a ministra Cármen Lúcia, o que não tinha desde então. “Voltando um pouco na linha do tempo gostaria de me solidarizar com a ministra Cármen Lúcia que foi ofendida por esse infrator”.
O ex-deputado foi preso pela Polícia Federal na noite deste domingo. Cerca de 100 bolsonaristas aguardavam a saída de Jefferson. Os gritos eram direcionados a Moraes. Coisas como “Viemos cobrar. Alexandre imoral não vai nos calar” e “Liberdade”.