O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou nesta quarta-feira (25) que três depoentes deixarão o status de testemunhas e passarão a ser investigados pela comissão.
A decisão foi tomada “em função do avanço da investigação, das provas corrigidas, dos depoimentos prestados”, afirmou Renan. Os agora investigados são:
- Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos;
- Emanuel Catori, sócio da Belcher;
- Roberto Dias, ex-secretário de Logística do Ministério da Saúde.
Maximiano é apontado como integrante da negociação suspeita de compra da vacina indiana Covaxin. A Precisa ofereceu o imunizante ao Ministério da Saúde, envolvendo duas empresas fora da negociação inicial (a FIB Bank e a Madison Biotech), com valores supostamente elevados. Após as denúncias apuradas pela CPI, o Ministério suspendeu o contrato.
Catori é sócio da Belcher, que representava a fabricante chinesa CanSino no Brasil e negociava junto ao Ministério a venda da vacina Convidecia. A negociação também é suspeita e é investigada pela CPI, que estuda a relação do líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), com o empresário.
Já Roberto Dias é acusado de pedir propina a representantes da Davati, empresa que ofereceu 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo federal mesmo sem comprovar as condições para entregá-las. O ex-diretor de Logística chegou a ser preso pela CPI por mentir durante depoimento, mas foi liberado após pagar fiança.