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Política & Poder

Manifestantes contra Bolsonaro têm faixa arrancada em comício em Santos

O presidente chegou a Baixada Santista pela manhã e o primeiro compromisso foi visitar o Instituto Neymar

FolhaPress

28/09/2022 15h35

Foto: Sérgio Lima / AFP

Felipe Pereira e Hanrrikson de Andrade
Santos, SP e Brasília, DF

Manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro (PL) foram hostilizados nesta quarta-feira (28) por apoiadores do candidato à reeleição durante comício em Santos (SP), onde ele cumpriu agenda de campanha. Por pouco o princípio de tumulto não terminou em uma confusão maior.

Duas pessoas com posicionamento oposto à maioria do público entraram no local do comício com uma faixa que continha uma crítica a Bolsonaro. O cartaz trazia a seguinte mensagem: “presidente matador tem que ir para a cadeia”.

Houve um desentendimento entre os manifestantes e a maioria bolsonarista, porém a dupla conseguiu deixar o local sem agressões. Durante a correria, a faixa foi arrancada.

Durante a confusão, Bolsonaro sequer percebeu o que acontecia. A cena se deu enquanto ele discursava no palco. O tumulto ocorreu do lado oposto, bem distante.

ATAQUES A LULA

Bolsonaro voltou a atacar o principal adversário nas urnas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao longo do discurso em Santos. O candidato à reeleição chamou o rival de “maior ladrão da história do Brasil” e disse considerar que os eleitores “sabem muito bem quem é quem”.

A artilharia contra o petista faz parte da estratégia bolsonarista com o intuito de reduzir a vantagem do rival nas pesquisas. No Ipec divulgado segunda-feira (26), com menos de uma semana para o dia da votação, o petista marcou 52% dos votos válidos e Bolsonaro, 34%. Há chances reais de Lula vencer no primeiro turno, segundo análises da amostra.

Bolsonaro também criticou o ex-governador de SP e ex-tucano Geraldo Alckmin, hoje filiado PSB e vice na chapa de Lula. O presidente acusou Alckmin de ser corrupto e, junto com Lula, de querer “voltar à cena do crime”. “Não vão, porque nós vamos vencer no primeiro turno”, emendou.

Bolsonaro voltou a dar ênfase a pautas que misturam ideologia com valores conservadores. Segundo ele, “cada vez mais, a esquerda, o comunismo, tem assustado a alguns”.

“Cada vez mais, a esquerda, o comunismo, tem assustado a alguns. Vocês sabem o que foi feito quando eu assumi em 2019. Mas nós vencemos obstáculos. Vencemos os desafios. Superamos a pandemia. Lamentamos todas as mortes que tivemos. Tivemos um baque na economia. Mas recuperamos tudo isso.

Nas questões econômicas, o Brasil está sendo exemplo para o mundo. Temos hoje um dos combustíveis mais baratos do mundo.”

ATAQUES COM EFEITO LIMITADO

A tática dos ataques contra Lula não tem produzindo o efeito esperado pela campanha de Bolsonaro.
Durante toda a corrida presidencial, Bolsonaro criticou Lula. Propagandas de rádio e TV falam mais dele há semanas. Mesmo assim, a rejeição a Lula cresceu de 33% para 35% nas duas últimas pesquisas do Ipec.

Mas uma regra do marketing política afirma que quem bate perde votos. Bolsonaro viu sua rejeição, que sempre foi maior que a dos adversários, oscilar para cima enquanto ataca o rival. No último Ipec o presidente 51% – o índice fora de 50% no levantamento anterior.

INSTITUTO NEYMAR, MOTOCIATA E PALANQUE

O presidente chegou a Baixada Santista pela manhã e o primeiro compromisso foi visitar o Instituto Neymar, em Praia Grande (SP). Bolsonaro se reuniu com crianças e adolescentes e fez a clássica imagem de campanha do político rodeado pela juventude.

Na sequência, ele seguiu em motociata até um centro de convenções em Santos onde fez o comício. Amanhã não estão previstos atos de campanha. O presidente vai dedicar o dia para o debate da Globo e só vai interromper a preparação para a live diária por volta das 19 horas.

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