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Política & Poder

Malafaia chama Lula de dissimulado por carta a evangélicos

O pastor afirmou que vai gravar um vídeo a ser divulgado no final da tarde mostrando as contradições do petista, evidentes na própria carta

FolhaPress

19/10/2022 14h39

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Fábio Zanini

Para o pastor Silas Malafaia, a carta divulgada nesta quarta-feira (19) pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) direcionada ao eleitor evangélico é “mentirosa, inescrupulosa” e feita para “enganar os evangélicos”. “Eles estão desde o primeiro turno brigando por causa dessa carta. Sabe por quê? Porque vão ter que mentir, vão ter que dissimular”, ataca.

O pastor afirmou que vai gravar um vídeo a ser divulgado no final da tarde mostrando as contradições do petista, evidentes na própria carta.

Um dos pontos que critica “Eu nunca vi o Lula citar um trecho da Bíblia, e a carta tá cheia de trecho. Um candidato que não é evangélico ou que não é um católico praticante, ou que não está familiarizado com a Bíblia, não pode fazer uma carta citando um monte de versículo”. Segundo ele, é achar que o evangélico é “otário”.

Silas é um dos religiosos mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL). Recentemente, acompanhou o presidente em uma viagem ao Reino Unido, para acompanhar o funeral da rainha Elizabeth 2ª. Outras lideranças evangélicas do entorno de Bolsonaro também criticaram a missiva.

Para o deputado federal reeleito Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o documento não é suficiente para diminuir o apoio de Bolsonaro no segmento evangélico. Ele reconhece que o petista deve ter cerca de 10% a 15% do voto do segmento, mas duvida que os demais se sensibilizem com os compromissos estabelecidos por Lula. “Ele escreve uma cartinha aqui e não altera nada no estatuto do PT. Continua com a essência de confronto com os cristãos, defendendo LGBTQIA+ e o aborto”, diz.

O estatuto do PT estabelece como deve dos filiados combater todas as formas de discriminação, inclusive a discriminação por orientação sexual, ou a religiosa, mas não faz nenhuma menção a aborto.

Sóstenes afirma que faltou à carta Lula ter tido a humildade de reconhecer seus erros em relação ao escândalo dos desvios na Petrobras e ter perdido perdão. “Reconhecer um erro e pedir perdão é uma virtude do cristão”, diz. Ele contrapõe a postura à de Bolsonaro, que nesta semana pediu perdão por uma fala sobre meninas venezuelanas que foi interpretada como associação à prostituição.

O deputado Marco Feliciano (PL-SP) vai na mesma direção. “Lula poderia ter sido honesto, assumir os erros que cometeu com nossa comunidade. Assumir que apoia o aborto e a descriminalização das drogas. E não mentir dessa forma. É um descarado”, sustenta.

Ele ainda o compara a Judas Iscariotes. “Antes da prisão e crucificação de Jesus, Judas o beijou. A cartinha de Lula é uma contradição com toda a sua história. O povo evangélico não será enganado”, completa.

Lula distribuiu na manhã desta quarta-feira (19) sua carta de compromisso com os evangélicos. O documento foi entregue a lideranças de dezenas de denominações do segmento.

No documento, Lula afirma que respeitou a liberdade religiosa nos oito anos em que esteve à frente da Presidência da República e destaca que assinou leis e decretos em apoio a conquistas do povo evangélico, como o que criou a Marcha para Jesus e o Dia Nacional dos Evangélicos.

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