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Política & Poder

Lula diz que ainda estuda a criação do Ministério da Segurança Pública em meio à crise no Rio

A declaração acontece em meio à crise da segurança pública no Rio de Janeiro, com dezenas de ônibus queimados após a morte de um líder miliciano

Redação Jornal de Brasília

24/10/2023 15h19

Foto: Lula Marques- Agência Brasil

RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça (24) que ainda estuda a criação do Ministério da Segurança Pública, que seria desmembrado da pasta da Justiça.

A declaração acontece em meio à crise da segurança pública no Rio de Janeiro, com dezenas de ônibus queimados após a morte de um líder miliciano na segunda-feira (23).

Corroborando a fala de Lula, o ministro Rui Costa (Casa Civil) afirmou que a criação da nova pasta será discutida nesta quarta (25) em uma reunião com os também ministros José Múcio (Defesa) e Flávio Dino (Justiça).

A fala do presidente aconteceu durante uma transmissão ao vivo do Conversa com o Presidente, retomado nesta terça-feira após quase um mês.

A última edição do programa havia sido no dia 26 de setembro, poucos dias antes das cirurgias no quadril e nas pálpebras a que foi submetido. Desde então o presidente vinha se recuperando no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência.

Lula voltou a despachar presencialmente no Palácio do Planalto na tarde desta segunda. Os seus dois primeiros compromissos foram uma reunião com o ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e um encontro com o músico Roger Waters, ex integrante da banda Pink Floyd.

Nesta segunda, ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados no Rio de Janeiro, em uma resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes da maior milícia do estado.

Ao comentar o tema Lula disse que espera uma maior coordenação com os outros entes federados para enfrentar o problema da segurança pública. Afirmou que, embora esta seja uma atribuição estadual, trata-se de um problema de “todo o Brasil”.

Nesse contexto, o presidente declarou que ainda estuda a criação do Ministério da Segurança Pública. A ideia chegou a figurar em suas propostas durante a campanha eleitoral do ano passado, mas acabou abandonada já durante a transição.

“Eu, quando fiz a campanha, ia criar o Ministério da Segurança Pública. Ainda estou pensando em criar, pensando quais são as condições que você vai criar, como é que vai interagir com a questão de segurança do estado, porque o problema da segurança é estadual”, afirmou Lula durante o Conversa com o Presidente.

Horas mais tarde, Rui Costa apontou que o tema será discutido em uma reunião com Dino e Múcio.

“O que ele Lula disse hoje pela manhã ele está refletindo, está conversando, teve conversa ontem com o ministro Flávio Dino, hoje com José Múcio. Amanhã vamos fazer uma reunião da Casa Civil com José Múcio e Flávio Dino juntos. Como eu disse antes, com o ministro Flávio Dino já havia várias medidas voltadas à segurança. Estamos discutindo outras medidas, que assim que ficarem definidas nos próximos dias serão divulgadas”, afirmou o ministro da Casa Civil.

“A criação do ministério depende dessas discussões que faremos sobre eventualmente qual seria o conteúdo, propósito, alcance, ou seja, para o presidente tomar a decisão”, completou.
Rui Costa afirmou que uma das medidas seria o uso das Forças Armadas de forma estratégica para combater o crime organizado, como Lula também havia antecipado durante a sua transmissão ao vivo.

“O presidente anunciou hoje uma medida que está sendo analisada que é a presença, naquilo que a lei permite, maior das Forças Armadas nos lugares que já é próprio a ação das Forças Armadas. Ele citou aeroportos, portos. Então o crime organizado se utiliza das áreas de fronteira, de acesso ao país, como portos e aeroportos, ou fronteiras secas, para fazer entrada de armas de drogas”, afirmou Rui Costa.

“E é isso que no limite que a lei permite hoje, nós queremos uma atuação maior das Forças Armadas, é isso que o presidente conversou hoje com José Múcio das medidas que vamos discutir, qual alcance do que pode ser feito dentro da lei”, completou.

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