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Política & Poder

Governo rebate Dino e diz ao STF que cumpre ordem para realizar Censo em 2022

Os documentos foram elaborados pela Advocacia Geral da União (AGU), que defende judicialmente os interesses do Planalto

Redação Jornal de Brasília

20/09/2021 17h26

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Após requisição do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo federal enviou nesta segunda-feira, 20, esclarecimentos sobre os preparativos para a realização do Censo no ano que vem. Em maio, o tribunal determinou que o governo deve garantir recursos para a pesquisa, aguardada desde o ano passado, ir a campo em 2022.

Os documentos foram elaborados pela Advocacia Geral da União (AGU), que defende judicialmente os interesses do Planalto, e pelo Ministério da Economia.

O ministro havia dado cinco dias para que o governo se manifestasse depois que o Estado do Maranhão, que moveu a ação para garantir a realização do levantamento, comunicou ao STF que a proposta orçamentária de R$ 2 bilhões enviada pela União ao Congresso é insuficiente para concluir a pesquisa. O valor é menor que o esperado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela coleta de dados, que informou necessitar de cerca de R$ 2,3 bilhões para o estudo democrático.

O governo federal diz que o montante reservado é ‘expressivo’ e que, além dele, há outros R$ 626 mil entre valores já previstos e executados com a pesquisa desde 2019. Outro argumento usado foi o de que o orçamento ainda pode sofrer alterações enquanto tramita no Congresso. A AGU também diz que a nota técnica do IBGE não é suficiente para comprovar que é necessário mais verba para garantir a realização do levantamento.

“Não há, desse modo, a apresentação de dados, estudos, relatórios ou projeções que demonstrem, com metodologia cientificamente apropriada, as razões pelas quais o valor de R$ 2 bilhões seria insuficiente. Portanto, a petição maranhense carece manifestamente de elementos técnicos que embasem a sua pretensão”, escreveu a pasta.

Os pesquisadores do Censo visitam a casa de todos os brasileiros para traçar uma radiografia da situação de vida da população nos municípios e seus recortes internos, como distritos, bairros e outras realidades. Esse nível de minúcia não é alcançado em outras pesquisas do IBGE feitas por amostragem, que entrevistam apenas parcela da população. Hoje, o que se sabe é com base em estimativa do Censo de 2010. Quanto mais se afasta da base do Censo, mais impreciso fica o dado para a definição de políticas públicas, inclusive distribuição de recursos para Estados e municípios.

O atraso na realização da pesquisa chegou ao STF em abril deste ano, depois que o governo federal anunciou um novo adiamento por falta de verbas. Durante a tramitação do Orçamento de 2021, o relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC), retirou a verba prevista para a execução do levantamento e redistribuiu a emendas parlamentares. O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), entrou então com uma ação no Supremo para obrigar a gestão Jair Bolsonaro a manter o Censo em 2021. Ao analisar o caso, o plenário do tribunal decidiu esticar o prazo até 2022, decisão recebida como uma vitória pela equipe econômica. O IBGE também chegou a apontar que os atrasos na fase de preparação já não permitiriam iniciar a coleta de dados nos meses subsequentes

Estadão Conteúdo

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