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Política & Poder

Filiação de Bolsonaro ao PL é prestigiada por políticos do DF

A ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda durante a assinatura tanto de Bolsonaro, como também de um dos seus filhos Flávio Bolsonaro

Redação Jornal de Brasília

30/11/2021 17h27

Hylda Cavalcanti
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A filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL, ontem, em Brasília, chamou a atenção não apenas pelo cenário nacional, mas também pela presença de políticos do Distrito Federal, inclusive, muitos que estão atualmente fora da política, como é o caso da família do ex-governador do DF Joaquim Roriz. Presidente do diretório regional do PL, a deputada federal licenciada e ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda foi praticamente quem fez as honras da casa, sendo responsável pelos termos de assinatura tanto de Bolsonaro, como também dos requerimentos de filiação de um dos seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro, e do ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

Além de parlamentares, como a deputada federal pelo DF Celina Leão (PP), o deputado distrital Daniel Donizet (PL) e de políticos locais diversos, como o administrador de Taguatinga, Renato Andrade (também filiado ao partido), quem mais chamou a atenção foi a viúva de Joaquim Roriz, dona Weslian Roriz, que foi ao evento acompanhada das filhas Jaqueline e Wesliane, e do neto Joaquim Roriz Neto.

Para o presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, que deu as boas vindas ao presidente, a legenda tem, a partir de agora, “grande responsabilidade e também espera um futuro próspero” com a filiação. “Senhor presidente, temos a noção exata da responsabilidade ao empunhar as bandeiras de sua obra à frente de um governo que nunca se intimidou. Esse é o Brasil que está sendo construído. O Brasil que, juntos, vamos abraçar para prosperar”, enfatizou.

Aparentando estar bem humorado, Bolsonaro pediu, antes de discursar, minuto de silêncio para uma oração e afirmou que a cerimônia consistia “numa simples filiação ao partido”. “Estou me sentindo em casa, aqui. Como se estivesse dentro do Congresso Nacional, aquele plenário da Câmara dos Deputados, tendo em vista a quantidade enorme de parlamentares presentes. Vocês me trazem lembranças agradáveis de luta, de embate, mas, acima de tudo, de momentos que nós, juntos, fizemos pelo nosso país. Eu vim do meio de vocês”, argumentou.

“Eu e o Valdemar não somos pessoas que vamos definir as coisas sozinhos. Em grande parte, a nossa visão vai passar por vocês. Nós queremos compor e, com essa composição, fazer o melhor para o Brasil”, disse ainda o presidente aos parlamentares.

Num tom mais ácido, o senador Flávio Bolsonaro (RJ) fez insinuações ao ex-juiz e ministro Sergio Moro e ao ex-presidente Lula sem citar o nome dos dois. Flávio disse que “a política pode até perdoar a traição, mas não o seu traidor” e citou episódios do período em que Moro ocupou o Ministério da Justiça que foram alvo de reclamações por parte do Palácio do Planalto, como indicações para conselhos de nomes não quistos pelos integrantes do governo ou queixas do então ministro sobre a gestão da Policia Federal.

Já em relação a Lula, elogiou o trabalho do pai e disse que deixaram de ser vistas práticas observadas anteriormente, na época em que o governo era “ocupado pelo ex-presidiário”, numa referência implícita ao ex-presidente.

Ministro da Infraestrutura

Uma das autoridades mais celebradas foi o titular da pasta de Infraestrutura, ministro Tarcísio Gomes de Freitas, que deve se filiar ao partido para concorrer ao governo de São Paulo em 2022. Recebido pela militância aos gritos de “futuro governador de São Paulo”, Tarcísio, porém, não confirmou a candidatura e limitou-se a dizer que não entrará no partido agora.

O ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, por sua vez, confirmou que migrará para o PL e explicou que só não formaliza a entrada na sigla de imediato em função da lei eleitoral. Ele pretende disputar no próximo ano o governo do Rio Grande do Sul. Outros ministros presentes ao ato foram Ciro Nogueira (Casa Civil), Marcelo Queiroga (Saúde), João Roma (Cidadania), Paulo Guedes (Economia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Fabio Faria (Comunicações), Milton Ribeiro (Educação), Tereza Cristina (Agricultura) e Anderson Torres (Justiça).

Dentre os integrantes do segundo escalão do Governo Federal, por sua vez, as chamadas “estrelas” da festa foram a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, mais conhecida como “capitã Cloroquina”; o secretário da Pesca, Jorge Seif; e o presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo.

Questionada sobre se pretende entrar na política, Mayra disse que poderá se candidatar a deputada federal, mas só decidirá seu futuro político “após conversar com o presidente da República”. Já Sérgio Camargo disse que não tem pretensão de se filiar nem se candidatar a nada. Seif, já integrante do PL, pode tentar uma vaga para a Câmara ou o Senado no próximo ano.

Jair Bolsonaro estava sem partido desde 2019, quando deixou o PSL, legenda pela qual foi eleito. Desde o início de sua vida política, em 1989, o presidente já passou por oito partidos. Ele também tentou criar uma sigla própria, o Aliança Brasil, mas não conseguiu obter o número de assinaturas suficientes exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a formalização.

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