Menu
Política & Poder

Fausto Júnior aponta fraudes em contratação de lavanderia na Saúde do Amazonas

Deputado disse que empresa iria receber verbas indenizatórias sem ter prestado serviço da maneira correta no hospital de campanha Nilton Lins

Willian Matos

29/06/2021 13h04

Foto: Pedro França/Agência Senado

O deputado estadual do Amazonas Fausto Júnior (MDB), em depoimento à CPI da Pandemia nesta terça-feira (29), disse que observou fraudes na contratação de uma empresa de lavanderia que atuava no hospital de campanha Nilton Lins, em Manaus-AM. Fausto foi relator da CPI da Saúde no Amazonas no ano passado.

Segundo Fausto, a empresa Norte Serviços teria recebido valores indevidos. “Essa empresa alegou que lavou todos os leitos, sendo que havia apenas quatro pacientes internados no hospital”, relembrou o deputado. “Durante a visita que nós fizemos, observamos que não havia balança para averiguação do peso, uma vez que ela alegava o seu pagamento por tonelada lavada. Mandamos uma equipe visitar a sede da empresa e a sede era uma oficina mecânica”, complementou.

Esta empresa teria quase recebido pagamento por meio de verbas indenizatórias. Na visão de Fausto, esta prática “precisa ser interrompida. “O que aconteceu é que virou uma via de regra. Todos os serviços que foram prestados que poderiam ser objeto de dispensa de licitação, considerando a urgência, foi [pago] através de processo indenizatório sem o atesto se o serviço era ou não executado”, revelou.

O deputado disse não ter dúvida de que isso pode ter acarretado em corrupção. “Esse é o Brasil”, respondeu o senador Marcos Rogério (DEM-RO), que questionava o parlamentar sobre o caso.

Ainda sobre verbas indenizatórias, o tema foi motivo de embate entre Fausto Júnior e o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). O deputado sugeriu que Aziz deveria ter sido indiciado porque, enquanto ele foi governador, foram pagos R$ 50 milhões em processos indenizatórios.

“Todos os governadores investigados pela CPI mereciam ser indiciados, eu propus isso no âmbito da comissão e não foi aceito. Era para ser indiciado inclusive o senador Omar Aziz pela gestão dele na Saúde. Todos têm participação”, declarou. “Vossa excelência pagou 50 milhões de reais de processo indenizatório, senador. Processos absolutamente irregulares”, prosseguiu.

‘Quem faz processo indenizatório não é o governador do estado, são as secretarias”, declarou Omar Aziz. “Foi por isso que o senhor não foi iniciado”, rebateu Fausto Junior. “Pior que não tenho culpa”, treplicou Aziz. “Nem o governador Wilson Lima”, finalizou Fausto.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado