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Política & Poder

Existe um riscode patrimonialismo verde no Brasil, diz Haddad

Haddad comparou o patrimonialismo verde ao “greenwashing”, termo utilizado para criticar iniciativas que beneficiam o meio ambiente apenas na fachada

Redação Jornal de Brasília

05/04/2024 19h58

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

JÚLIA MOURA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Segundo o ministro Fernando Haddad (Fazenda), o Brasil corre risco de viver um “patrimonialismo verde”, em alusão ao lobby de empresas privadas junto ao Estado, de modo a se beneficiarem no âmbito da transição energética.

“Não é impossível imaginar lobbies econômicos que se unam em torno de uma bandeira tão simpática como a transformação ecológica e capturem todo o estímulo que a sociedade decida dar em forma de subsídios, de subvenções e de proteção para essa indústria nascente, e que perpetuem esses benefícios ao longo dos séculos, como acontece no Brasil com os incentivos que foram dados há 10, 15, 20 anos”, disse Haddad durante palestra em São Paulo nesta sexta-feira (5).

Haddad comparou o patrimonialismo verde ao “greenwashing”, termo utilizado para criticar iniciativas que beneficiam o meio ambiente apenas na fachada.

“O patrimonialismo verde no Brasil é um risco absolutamente real que precisa ser prevenido pela organização da sociedade e pela transparência no trato da coisa pública e pelo acompanhamento dos interessados do que está se fazendo em termos estratégicos para uma transformação ecológica e social com os cuidados devidos”, completou o ministro.

ACORDO MERCOSUL X UNIÃO EUROPEIA

Haddad também mencionou brevemente em sua fala o acordo econômico entre Mercosul e União Europeia, barrado pela França.

“O acordo inspira diversos cuidados porque ele favorece a Europa. Só não foi fechado por uma questão interna da França no momento, porque a política local francesa impediu que isso prosperasse, sobretudo na questão agrícola”, disse o ministro.

Ao fim de março, em sua primeira visita ao Brasil, o presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a dizer que o acordo seria “péssimo”, por ter ficado ultrapassado após 20 anos de negociações, e precisaria ser reconstruído, levando em consideração as questões de clima, descarbonização e biodiversidade.

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