Na corda-bamba, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, desmarcou os compromissos marcados para esta segunda-feira (29) e decidiu se reunir com seus secretários no fim desta manhã. Participam da reunião os sete vice-ministros do Itamaraty e o secretário-geral da pasta, embaixador Otávio Brandelli.
O teor da reunião ainda não é conhecido. Sabe-se que Ernesto vive uma dura pressão política para deixar o cargo. No domingo (28), senadores voltaram a pedir a saída do ministro. A avaliação é de que o chanceler não tem sido eficiente na busca de doses de vacinas contra a covid-19 para o Brasil.
Além disso, Araújo trava um embate com a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, a senadora Kátia Abreu. Ambos trocaram ofensas nos últimos dias, o que deixa Ernesto ainda mais fragilizado.
Ernesto ainda conta com o apoio dos filhos do presidente Jair Bolsonaro: o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). Eduardo retuitou mensagens do ministro na noite de domingo (29).
Analistas entendem que Araújo estar prestes a ser, sim, demitido. Uma estratégia do governo seria esperar a poeira abaixar e arrumar uma saída honrosa para o ministro, tal qual se fez com o ex-chefe da Educação, Abraham Weintraub.