Menu
Política & Poder

Em três anos, consultor nunca viu contratos como o da Covaxin

William Santana, que analisou invoices do contrato, disse que nunca havia visto empresa designar outra empresa para receber pagamento

Willian Matos

09/07/2021 12h55

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O consultor técnico da Opas no Ministério da Saúde, William Santana, disse à CPI da Pandemia nesta sexta-feira (9) que, em três anos, nunca viu um caso como o da compra da Covaxin. A aquisição suspeita é alvo da comissão.

William foi perguntado pelo senador Humberto Costa (PT-PE) se já havia visto uma empresa designar outra empresa para receber o pagamento referente a entrega de um produto. Foi o que aconteceu no caso da Covaxin: a Precisa Medicamentos, representante da Bharat Biotech no Brasil, designou a Madison Biotech para receber do Ministério da Saúde o dinheiro referente às vacinas. O consultor evitou falar se é ou não anormal este tipo de prática, mas disse que não se recorda de uma situação semelhante.

William Santana é consultor técnico da Opas e, há três anos, atua na Divisão de Importação da Coordenação Geral de Logística de Insumos Estratégicos para a Saúde do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde.

Ainda sobre a Covaxin, William, que analisou invoices do contrato, disse que recebeu três invoices. A primeira, recebida no dia 18 de março, continha, além de diversos erros de ortografia, um equívoco em relação ao pagamento. O consultor solicitou correção, e uma segunda nota lhe foi enviada com algumas correções, mas sem alteração referente ao pagamento.

Segundo William, quem fazia as correções é a representante da Precisa Medicamentos Emanuela Medrades. Ela, que comparecerá à CPI na próxima terça (13), se mostrava prestativa para corrigir os erros, mas insistiu em não modificar a informação sobre o pagamento. Emanuela enviou ainda uma terceira invoice, ainda com o mesmo erro.

Conforme explicou o consultor técnico, invoice é, resumidamente, uma nota fiscal internacional. “É o documento que contém os dados do fabricante, os dados do fornecedor (neste contexto, o Ministério), o que está sendo importado, qual o valor daquele produto.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado