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Política & Poder

Em live, Bolsonaro retoma ataques a vacina e urnas com suspeitas infundadas

“De poucas semanas para cá, estamos vendo a explosão de casos de Covid na China. Não vou fazer juízo de valor: de onde é a Coronavac?”, ironizou

FolhaPress

19/05/2022 21h30

Foto: Evaristo Sá / AFP

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a levantar suspeitas infundadas sobre a vacina Coronavac, citando o aumento de casos de covid-19 na China, e o sistema eleitoral brasileiro durante transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (19) à noite.

“De poucas semanas para cá, estamos vendo a explosão de casos de Covid na China. Não vou fazer juízo de valor: de onde é a Coronavac?”, ironizou o presidente. “Se no país onde nasceu a Coronavac o povo está se contaminando agora em larga escala, o que está acontecendo?”.

As vacinas não impedem que uma pessoa contraia Covid-19, mas evitam formas graves da doença, internações e mortes, explica a OMS (Organização Mundial da Saúde) em seu site. A Coronavac está entre os imunizantes que, segundo a organização, atendem aos critérios de segurança e eficácia. Mais de 100 milhões de doses da vacina -que também tem aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), um órgão federal- foram aplicadas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.

A Coronavac foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, e não é a única vacina usada contra a Covid na China. Os imunizantes produzidos pelos laboratórios Sinopharm e Cansino também são utilizados no país. O Butantan é do estado de São Paulo, que na época do desenvolvimento da vacina era governado por João Doria, pré-candidato do PSDB a presidente e adversário político de Bolsonaro.

A China enfrenta nas últimas semanas um pico de contágio e lida com baixos índices de vacinação entre a população idosa. A cidade de Xangai, com 25 milhões de habitantes, começa a aliviar restrições após quase dois meses de lockdown (confinamento). Entre março e abril, o número de casos por milhão no país saltou de 4 para 20, segundo o site Our World in Data, que reúne dados globais sobre a pandemia.

No mesmo período, o Brasil tinha cerca de 60 casos por milhão.

Mesmo após dois anos de pandemia, Bolsonaro afirma não ter tomado nenhuma dose de alguma vacina contra o coronavírus.

Bolsonaro também sugeriu que estaria sendo censurado e que “não se pode” questionar a vacinação contra a Covid-19 e as urnas eletrônicas.

“Igual a urna, não pode ser discutido. Discutir isso é um crime, ‘ato contra o Estado de direito’, é ‘golpista'”, falou.

Nas últimas semanas, o presidente voltou a colocar em dúvida, de forma recorrente, o sistema usado nas eleições brasileiras desde o ano 2000 e pelo qual foi eleito para vários mandatos de deputado federal e, depois, presidente. Apesar de levantar suspeitas com frequência, Bolsonaro nunca apresentou provas de irregularidades nas urnas, e não há registro de fraude eleitoral no Brasil desde a adoção do voto eletrônico.

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