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Política & Poder

Economia é tema do 4º bloco do Debate JBr.

Arquivo Geral

26/09/2018 22h22

Myke Sena/Jornal de Brasília

Raphaella Sconetto
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O quarto bloco do debate promovido pelo Jornal de Brasília e pelo CFA também foi marcado pela troca de farpas. Os candidatos fizeram perguntas, de até trinta segundos, entre si sobre suas propostas e posicionamentos. As respostas foram de um minuto e trinta segundos, e réplica e tréplica de um minuto.

O primeiro a perguntar foi o candidato Júlio Miragaya (PT) para Ibaneis Rocha (MDB), que quis saber as propostas para o desenvolvimento econômico do DF. O candidato emedebista apontou que pretende reduzir os impostos e valorizar as empresas. “Temos que encarar que existe o problema, existe o desemprego, e temos que enfrentar de frente. Vamos dar uma atenção especial às empresas do Polo JK, trazer processos de desenvolvimento, e vão vamos ficar mentindo nos números”, afirmou.

Miragaya replicou alegando que estava “impressionado com o desconhecimento com economia” de Ibaneis. “Sua falta de perspectiva é impressionante. Nos seus planos você não coloca o essencial, que é a infraestrutura para atrair os empreendimentos”, criticou.

Leia também: Troca de farpas entre candidatos esquenta Debate JBr.

Em sua tréplica, Ibaneis também atacou Miragaya. “Você é um candidato que entende tantos de números, mas no governo do Agnelo não conseguiu gerar emprego. Fiquem com suas pesquisas, porque as pessoas continuam desempregadas. O pessoal quer saber do futuro, de geração de emprego e renda”.

Órgãos de fiscalização
O candidato Alberto Fraga (DEM) perguntou a Paulo Chagas (PRP) quais eram suas propostas para a fiscalização, reafirmando sua promessa de extinguir a Agência de Fiscalização (Agefis). O candidato que apoia Bolsonaro também criticou o órgão. “A Agefis trabalha mal. Testemunhamos isso vendo a quantidade de casas que são destruídas. Deixam construir três andares e a Agefis não consegue enxergar, quando o papel seria antecipar e impedir que fossem construídas”, disparou Chagas.

Fraga replicou. “O problema são as derrubadas seletivas. Prevenção é a melhor coisa que tem. Se não pode construir, não deixe construir. Levam água, luz, energia e depois passa trator em cima. Isso não vamos deixar acontecer. Nosso governo será de construção”, apontou. Por fim, Paulo Chagas finalizou propondo a reformulação da Agefis e unidades habitacionais para moradores da região do Bananal que foram desalojados.

Alianças

O clima esquentou entre Alexandre Guerra (Novo) e Rogério Rosso (PSD). Guerra questionou o outro candidato a respeito de um acordão entre Eliana, Fraga e Rosso. Ele não negou com veemência. “Meu compromisso é com a população, com as famílias do DF, que hoje sofrem demais com a ausência do Estado. Portanto, qualquer que seja o resultado dessas eleições tenho certeza que o compromisso é com a população. No segundo turno, o compromisso será com com bandeiras e, não com pessoas”, disparou Rosso.

Guerra, por sua vez, disse que esperava outra resposta do candidato. “O que vemos é um caminho para velha política voltar e ficar no poder. Vemos as mesmas pessoas, mesmos nomes, mesmas mentiras e promessas que vão gerar custo pro  Estado e que privilegiam uma pequena parcela da população”, contra-argumentou. Rosso terminou a rodada da pergunta pedindo que o candidato gastasse seu tempo para fazer propostas, em vez de “denegrir ou atacar imagem dos candidatos”.

Acusações

Eliana Pedrosa (Pros) e Alexandre Guerra (Novo) também se enfrentaram. Apesar do tema da pergunta da candidata ter sido sobre cultura, Guerra levou o debate para outro caminho ao questionar sobre um possível envolvimento de Eliana com Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro. A candidata disse lamentar “o nível que o debate chegou”. “Em mais de 20 mil páginas desse processo, não existe uma linha sequer que me acuse de desvio de recursos públicos. Tão jovem e em vez de procurar no debate uma proposição, leva para acusação”, levantou. Guerra fechou o debate dizendo que Eliana sempre está como “vítima”.

Políticas para mulheres

Fátima Sousa (Psol) fez perguntas para Eliana Pedrosa (Pros). O tema central foi políticas para mulheres. “Temos várias ações para que possa garantir às mulheres o acesso à escola, aumentar a capacidade para que tenha acesso ao emprego. Queremos levar as mulheres para cursos de aplicativos, games, e não fique presa aos cursos de corte e costura, manicure”, propôs a candidata do Pros.

A candidata do Psol, por outro lado, disse que “o lugar da mulher é onde ela quer estar”. “Por isso, tem que ter condições de trabalho, remuneração igual aos homens. Quero governar para mulher pensando como mulher, e não com cabeça de homens”.

Carreira militar

O assunto entre Ibaneis Rocha (MDB) e Alberto Fraga (DEM) foi a carreira militar. Os dois candidatos propuseram diminuir o tempo para que os militares consigam chegar no topo da carreira. Enquanto Fraga disse que em 17 anos o militares conseguiria estar em cargos mais altos, Ibaneis sugeriu 15. Os dois concordam em propostas para a carreira dos policiais e dos bombeiros.

Saúde novamente 

O tema da vez foi saúde, embora nos outros blocos os candidatos também tenham debatido. Paulo Chagas (PRP) questionou ao candidato pelo PT, Júlio Miragaya, o que seria feito para resolver a lotação das UPAs e hospitais. Miragaya argumentou que era preciso fortalecer o SUS. “Tenho dito e repetido que na área da saúde precisamos fortalecer o SUS. Investir em atenção básica e na contratação de especialistas. No meu governo, quero criar sete policlínicas nas sete regiões de saúde do DF e fazer uma interação com a área Metropolitana”.

Em sua réplica, Chagas também afirmou que era preciso fazer uma reestruturação completa da saúde pública e “fazer funcionar da maneira que foi criado”. Na tréplica, Miragaya completou dizendo que era um sistema que estava “sob ataque”. “É a única condição para que a população tenha atendimento decente. Se forem depender da rede privada, não terão condições de arcar com os custos”.

O assunto voltou ao palco quando Rodrigo Rollemberg (PSB) também perguntou à Fátima Sousa (Psol) quais eram suas propostas para a saúde. A candidata de esquerda aproveitou para criticar a gestão do atual governador. “O molde da atenção primária centrado nos hospitais é grave, e privatizado é mais grave ainda. Nossa proposta é trazer SUS para o DF, revogar emenda 95 que congelou recursos para saúde. Enquanto não vier recursos para o SUS, é tudo balela”.

Rollemberg apresentou dados. “Só hoje contratamos 200 novos médicos para a especialidade da saúde da família. Nossa expansão é 100% pública”, argumentou. Depois, Fátima disse que era preciso trazer a gestão das unidades de saúde para o governo, em vez de “privatizar o Base e Hospital da Criança”.

Roriz 

O ex-governador Joaquim Roriz foi relembrado pelos candidatos ao Buriti. Rosso (PSD) perguntou o que o atual governador, Rollemberg, achava da gestão de Roriz. “Fiz oposição ao ex-governador, e sempre tratei no campo políticas e nunca no pessoal. Reconheço os avanços. Como governador, fui o que mais entregou escrituras. Ao entregar uma, uma senhora se emocionou dizendo que o Roriz tinha dado o lote, e eu entreguei a escritura”, contou.

Rosso continuou elogiando o ex-governador e atacou o modelo de gestão de Rollemberg. “Quando Roriz falou em fazer metrô era crítica em cima de crítica. Quando falou em fazer a Ponte JK, foi criticado. Quando tirou cerca de 65 favelas nos anos 80 e 90, também foi criticado. Só que ele nunca derrubou uma casa, uma igreja. Sempre teve um olhar pro servidor público e foi uma pessoa com extrema franqueza”, disse. Na última tréplica do quarto bloco, Rollemberg indicou que dava continuidade naquilo que foi positivo.

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