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Política & Poder

Troca de farpas entre candidatos esquenta Debate JBr.

Arquivo Geral

26/09/2018 21h11

Debate do JBr. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

João Paulo Mariano
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O terceiro bloco do debate promovido pelo Jornal de Brasília e pelo CFA foi marcado pela participação popular e troca de farpas. Os candidatos responderam a perguntas gravadas por cidadãos de várias partes do DF. Cada um teve um minuto e trinta segundos para responder aos questionamentos da população.

Drogas

Para incentivar a troca de ideias, cada resposta pôde ser comentada por outro candidato por um minuto, com direito a mais um minuto de réplica. O primeiro a responder a pergunta gravada foi Júlio Miragaya (PT), com comentário de Paulo Chagas (PRP). O questionamento veio de Vitor Hugo, que quis saber a respeito dos planos para o tratamento de pessoas com dependência química.

Para o candidato do PT, a dependência atinge uma parcela enorme da juventude e é um problema de saúde pública e de muitas famílias. “As pessoas que recorrem a elas e são vitimas dos narcotraficantes são vulneráveis e se tornam dependentes muito cedo. É preciso que não se trate somente como caso de polícia. Isso é para o trafico”, afirmou.

O general Paulo Chagas lembrou que o Sistema Único de Saúde do DF (SUS) tem 17 Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e 6 centros de apoio, além de um terceiro setor muito ativo. Mas esse atendimento tem que ser ampliado. “Devem ser reestruturados e reequipados para atender a esses casos”. Miragaya, por sua vez, relembrou que 15 dos 17 centros comentados por Paulo Chagas foram construídos na época em que Agnelo Queiroz (PT) era chefe do Executivo local.

Leia também: Candidatos criticam pesquisas de intenção de voto no 1º bloco do Debate JBr.

PPPs em escolas X reestruturação
O questionamento feito a Alexandre Guerra (Novo) veio de Gustavo, que quis saber sobre a falta de quadras esportivas e de merenda em muitas escolas da capital. O candidato respondeu que um dos compromissos registrados em cartório de seu possível governo é o contraturno com esporte e  a redução das despesas que não são essenciais para privilegiar educação, segurança e saúde. Ele ainda lembrou da necessidade do fim da progressão automática na educação infantil e a universalização de creche e da primeira infância.

Rogério Rosso (PSD) foi o escolhido para comentar e disse que 90% das escolas públicas estão sucateadas. “As escolas têm um terreno privilegiado, com 40 a 50m mil m², mas a escola só ocupa 10 mil m². O restante serve para entulho e drogas. Proponho parceria com setor privado para construir centros esportivos, fazer reformas e incentivar o ensino técnico”, afirma. Alexandre refuta que, além das reformas, é preciso que haja o incentivo à meritocracia para que aquelas unidades com destaque possam ser mais incentivadas.

Delegacias abertas X educação para por fim à violência
A quarta dupla a participar do deste bloco foram Fátima Sousa (PSOL) e Júlio Miragaya (PT). Ela respondeu o questionamento de João Batista sobre o porquê de as delegacias não estarem abertas 24 horas se os crimes ocorrem a todo o momento. Fátima atacou: “Falta política de segurança. Os governos têm agido de forma emergencial”. Ela propõe que é necessário agir de forma integrada com delegacias abertas 24 horas em regiões estratégicas.

Miragaya lembrou que a situação da segurança vai além do policiamento ostensivo e passa pela educação. Para o petista, o Brasil tem 18 milhões de desempregados, o que seria “uma fábrica permanente” de violência. “Tem que combater a criminalidade, mas também a origem do problema. Se não ofertar oportunidade em termos de educação não supre”, alertou.

Na réplica, Fátima lembrou dos dados preocupantes de violência contra a mulher, incluindo os 22 feminicídios ocorridos neste ano. Ela propõe um atendimento específico para evitar a violência contra a mulher em cada delegacia. “As mulheres estão sendo mortas e as delegacias estão fechadas. O Estado tem que defendê-las”, reclama.

PPPs para os parques do DF
Tanto o candidato Paulo Chagas, que respondeu à pergunta, quanto Alexandre Guerra, que fez o comentário, alegam que é necessário que a manutenção e gerenciamento dos parques ecológicos e recreativos da capital sejam feitos por Parcerias Público Privadas (PPPs). A questão foi feita por Douglas, que alega o abandono dos parques da cidade.

O candidato Paulo concorda com o abandono desses espaços e cita o Taguaparque, em Taguatinga Norte, como exemplo da falta de gestão a esses espaços. Para ele, os parques devem, e podem, fazer parte do sistema de turismo do DF.

Alexandre pontua que administrar parques não é uma função essencial do Estado e que isso deveria ficar com a iniciativa privada. “Passar a gestão para um terceiro que saiba gerir melhor e que atraia turismo para o cidadão. Se fazer devidamente, melhora para os usuários e haverá retorno com a exploração comercial”, analisa o candidato, que exemplifica com o caso do Pontão do Lago Sul.

Fortalecimento do Setor Primário
A quinta discussão foi a respeito da saúde. Alberto Fraga (DEM) respondeu que é preciso fortalecer o atendimento primário, pois haveria um desafogamento de 60% a 80% nos hospitais. Ele elenca a necessidade de melhora do saúde em casa, “que todo governo que entra muda o nome para dizer que é seu”, mas que é uma coisa antiga. “Tem que ter médico batendo na casa dos menos favorecidos. Tem que construir policlínicas e criar um tratamento multidisciplinar”.

Fátima comentou que Fraga aprendeu direitinho sobre o assunto, cita que Fraga teria sido aluno dela e alfineta Rollemberg. “Não entre na onda de criar instituto pois o caminho está errado. O Rodrigo já deveria ter aprendido. Se der (gestão) a mim, ensino como se faz”.

Alberto Fraga também atacou Rollemberg e diz que é um bom aluno. “Rodrigo nunca vai aprender. Meio bobinho. Eu sei escutar”.

Criação de empregos
Ibaneis Rocha (DEM) respondeu ao questionamento de Jackson sobre propostas de programas de estágio e emprego para os jovens. Para ele, o DF já possui esses programas e é importante que o jovem contato verdadeiro com o mundo do trabalho e com a formação profissional, que tem que ser continuada.

Eliana Pedrosa (PROS) fez o comentário e alegou que é preciso dar condições de ir e vir com segurança aos trabalhadores. Ela, então, comentou que as pessoas vivem com medo de assalto nas paradas de ônibus e prometeu chamar policias civis e militares no início do governo.

Como modificar o desemprego?
O estudante José Mariano quis saber dos candidatos o que eles vão fazer para diminuir o desemprego e aumentar a formação. O escolhido para dar a resposta foi Rollemberg. O governador comentou que, na última pesquisa, existe a informação de que há 17 mil empregados a menos no DF, um sinal de que a economia estaria se recuperando.

“Além do estágio, com o Jovem Candango, estamos fazendo escolas técnicas. Inauguramos (uma escola) no Guará, estamos fazendo outra em Brazlândia e vamos licitar no Paranoá e em Santa Maria. Enquanto eles falam, eu faço”, diz. Fraga atacou e disse que o governador precisa parar de usar o gerúndio. “Há quatro anos que não consegue fazer. Você não foi capaz de tirar os jovens da ociosidade. Em época de campanha vem a velha história do ‘eu estou fazendo'”.

Entre mobilidade e alfinetadas
Eliana Pedrosa respondeu o questionamento sobre a falta de ciclovias e metrô na Asa Norte. Para a candidata, é muito importante que seja implementado um sistema que incentive o deslocamento que não seja de carro próprio, para que haja menos poluição e menos acidentes de trânsito. Ela assegura que não só vai fazer as ciclovias, mas construir as ligações entre as cidades.

Ibaneis Rocha disse que Eliana precisaria se explicar sobre a promessa dos dois estádios que ela disse que iria construir. “Quem entende de bicicleta aqui sou eu e o Rosso. Eu pedalo 60 km e sei da dificuldade. Não é integrada ao transporte público”, afirma. Eliane rebateu dizendo que a palavra estádio virou um “palavrão”, e explica que o que ela quis dizer era que faria a construção de campos de futebol com arquibancada para duas mil pessoas – uma necessidade de várias cidades.

Desafio de aumento arrecadação sem elevar imposto
A última pergunta foi sobre a gestão tributária do DF e foi feita por Felipe. Rogério Rosso (PSD) lembrou que nos oito meses de governo dele, em 2010, pegou o caixa com R$ 150 mil e que entregou com mais de um milhão de reais, além de ter chamados pessoas que passaram em concurso público. Ele cita que o que o DF precisa, agora, é a redução de impostos sobre o consumo e para os micro e pequenos empresários. A finalidade seria aquecer a economia.

Rollemberg assegurou que a arrecadação do DF aumentou porque o governo investe em tecnologia para otimizar a tomada dos impostos. “O que eles (candidatos) dizem que vão fazer. Já estamos fazendo”, afirma.

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