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Política & Poder

Doria e Aécio formam ‘aliança tática’ contra Araújo em reunião decisiva do PSDB

Enquanto Doria se prepara para uma guerra jurídica, Aécio tenta convencer os colegas de que o PSDB não pode aceitar o papel de coadjuvante

Redação Jornal de Brasília

17/05/2022 12h01

Foto: Reprodução/Agência Brasil

O ex-governador João Doria e o deputado Aécio Neves são desafetos e adversários políticos no xadrez do PSDB, mas a conjuntura colocou os dois no mesmo lado na reunião decisiva da executiva nacional tucana marcada para às 16hs hoje na sede da legenda em Brasília.

Ambos rejeitam a tese que será colocada à mesa de que o PSDB pode abrir mão de ter candidato próprio ao Palácio do Planalto pela primeira vez em sua história para apoiar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB-MS).

O deputado e o ex-governador, que não se falam, estão se movimentando intensamente nos bastidores e trocando mensagens com os 34 membros da executiva e as bancadas do Congresso. Eles têm hoje um adversário em comum: o presidente do PSDB, Bruno Araújo.

O motivo oficial da reunião desta terça-feira, 17, é discutir os argumentos jurídicos de Doria explicitados em uma carta divulgada no fim de semana – com o timbre de um renomado advogado eleitoral – na qual o ex-governador defende que o resultado das prévias do ano passado deve ser respeitado.

A equipe de Doria chegou a elaborar um memorial da judicialização com o título “Por que o resultado deve ser respeitado?”

Segundo o texto, que foi obtido pela reportagem, o art. 58 do estatuto do PSDB deixa claro que a Comissão Executiva Nacional não tem poderes (em caixa alta) especificamente para deliberar sobre “as diretrizes para alianças político-administrativas ou coligações partidárias”; IV – escolher os candidatos do Partido aos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, ou proclamá-los, quando houver eleição prévia para essa escolha”.

Enquanto Doria se prepara para uma guerra jurídica, Aécio tenta convencer os colegas de que o PSDB não pode aceitar o papel de coadjuvante na disputa presidencial, o que não significa que o parlamentar mineiro apoie Doria. Longe disso.

A estratégia do ex-governador e candidato derrotado à Presidência em 2014 é empurrar o embate com Doria para a convenção do PSDB em julho. Até lá, os tucanos que defendem outro nome na urna eletrônica – Eduardo Leite ou Tasso Jereissati – podem reunir forças (leia-se delegados) para derrubar o resultado das prévias naquela que é a instância máxima do partido.

Esse roteiro prevê o esvaziamento da ofensiva jurídica de Doria, mas só será factível se o ex-governador não ganhar fôlego nas pesquisas até lá. No estado maior do ex-governador essa é a palavra de ordem: reagir nos números e reduzir a rejeição até a convenção.

Aliados de Bruno Araújo dizem que o dirigente não acredita que Doria tenha forças neste momento para mobilizar uma tropa de choque na executiva, mas Aécio sim.

Estadão Conteúdo

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