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Política & Poder

Deputada apresenta projeto para derrubar canetada do governo para elevar salário de Bolsonaro

Os projetos de decreto são aprovados com maioria simples de votos, desde que esteja presente no plenário a maioria absoluta

Redação Jornal de Brasília

14/05/2021 18h40

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Camila Mattoso
Brasília, DF

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) apresentou na Câmara um projeto de decreto legislativo para sustar a portaria editada pelo governo Jair Bolsonaro (sem partido) para driblar o teto remuneratório constitucional. A canetada de Bolsonaro fará com que o próprio presidente e membros do primeiro escalão tenham aumentos de salário. Os ganhos serão de até 69%, com pagamentos mensais que, a depender da autoridade, poderão ultrapassar R$ 66 mil.

Os projetos de decreto legislativo são aprovados com maioria simples de votos, desde que esteja presente no plenário a maioria absoluta dos deputados (257). Caso aprovado, o projeto não vai à sanção do presidente e é transformado em lei após a aprovação de uma ou duas Casas do Congresso, a depender do tema.

A medida do governo Bolsonaro, colocada em vigor enquanto o funcionalismo está com salários congelados, deve beneficiar não somente Bolsonaro, mas também o vice-presidente Hamilton Mourão, ministros militares e um grupo restrito de cerca de mil servidores federais que hoje têm remuneração descontada para respeitar o teto constitucional.

Hoje, Bolsonaro recebe R$ 30,9 mil pela função de presidente e tem mais R$ 10,7 mil em outros benefícios, mas é feito um corte de R$ 2.300 para que o teto seja obedecido.

Com a nova norma, a remuneração bruta do presidente deve passar de R$ 39,3 mil para R$ 41,6 mil, uma alta de 6%.
Mourão, que é general da reserva, terá um aumento de quase 64%. A remuneração mensal bruta deve deixar de ter um abatimento feito atualmente, de R$ 24,3 mil, para respeitar o teto. Com isso, o valor bruto passa de R$ 39,3 mil para R$ 63,5 mil, diferença de 62%.

Na justificativa do PDL, Melchionna aponta o que vê como contradição do governo Bolsonaro, que diz combater supostos privilégios dos servidores públicos para reduzir gastos públicos enquanto edita portaria com aumento salarial para o alto escalão.

“Uma afronta a diversos princípios que devem nortear toda a atuação da administração pública: viola a legalidade, fere a supremacia do interesse público sobre o interesse privado, atropela o princípio da razoabilidade e, sobretudo, fere de morte a moralidade administrativa”, escreve a deputada.

As informações são da Folhapress

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