O advogado Luiz Francisco Corrêa Barbosa, que defende o presidente do PTB, Roberto Jefferson, no processo do mensalão, afirmou nesta segunda à Agência Estado que vai insistir, durante o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como réu no caso. O julgamento está marcado para começar na quinta-feira, 2 de agosto. Apesar de o Supremo já ter rejeitado anteriormente o pedido de inclusão de Lula, Corrêa Barbosa disse que fará novo questionamento quanto ao envolvimento do ex-presidente.
O advogado deve fazer sua sustentação da tribuna do STF no dia 10 de agosto. O defensor no processo diverge da linha adotada por Roberto Jefferson desde que revelou em 2005 o suposto esquema de compra de apoio político no governo Lula. Para Jefferson, Lula não sabia. “Não é o que a produção da prova e as diligências comprovaram e eu constatei nos autos”, afirmou o advogado. O presidente do PTB é réu na ação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Um dos indícios de envolvimento do ex-presidente apontados pelo defensor é o fato de Lula, ao ter supostamente sido avisado por Jefferson do esquema de compra de apoio político no Congresso, não ter feito nada. Corrêa Barbosa também quer o motivo pelo qual a Procuradoria-Geral da República não o denunciou, não fez diligências, nem sequer propôs ao Supremo o arquivamento de uma investigação contra Lula. “É uma caixa-preta aquilo lá”, criticou.
Para o advogado de Jefferson, o Supremo terá três caminhos a seguir quando ele questionar mais uma vez a ausência de Lula no caso: rejeitá-lo; converter em diligência para incluí-lo no processo (o que atrasaria o julgamento); e mandar abrir um processo em separado. A chance de sucesso da estratégia, contudo, é nula e serviria mais para retardar o julgamento da causa.
Corrêa Barbosa visitou Jefferson no domingo à noite no Hospital Samaritano, no Rio. O presidente do PTB passou no sábado por uma cirurgia para retirada de um tumor no pâncreas. Segundo o advogado, Jefferson estava bem disposto. “Ele não parava de falar e ainda queria saber o que os jornais estavam noticiando sobre o mensalão”, disse.